Polícias arrancam barreiras e sobem escadaria da AR durante manifestação - TVI

Polícias arrancam barreiras e sobem escadaria da AR durante manifestação

Protesto dos polícias subiu de tom até aos elementos do Corpo de Intervenção terem impedido males maiores

O protesto das forças seguranças em frente à Assembleia da República subiu de tom e os polícias em protesto derrubaram barreiras e avançaram na escadaria até aos elementos do Corpo de Intervenção em serviço terem impedido a progressão. Apesar da tensão, os manifestantes desmobilizaram já perto das 21:30, sem provocarem incidentes mais graves.

Os polícias e agentes que se manifestaram em Lisboa chegaram à Assembleia da República cerca das 19:45 e menos de uma hora depois mudaram dos gritos para os empurrões, tendo criado vários momentos de tensão.

"Juntem-se a nós! Somos todos polícias! Mais forte é o que nos une do que aquilo que nos separa", ouviu-se frente ao Parlamento. 

Na escadaria junto à Assembleia esteve um forte aparato policial, colocando polícias frente a frente com polícias.

Segundo a organização, participam no protesto cerca de cinco mil elementos das forças e serviços de segurança sobretudo da PSP e da GNR.

Os polícias percorreram as ruas entre a Praça do Comércio e a Assembleia da República, gritando várias palavras de ordem como "Cabrita o que é isto? Um país seguro e os polícias nisto", "Oh Costa, basta de empurrar, a segurança não se faz a brincar", "Polícias Unidos Jamais serão Vencidos", pediram várias vezes a demissão do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e cantaram o hino nacional.

Os organizadores do protesto - Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança - queriam entregar ao presidente da Assembleia da República uma moção onde explicam o seu desagrado por várias políticas do governo, nomeadamente a falta de efetivos e de investimento, o desbloqueamento das carreiras, a contagem do tempo em que as carreiras estiveram congeladas e o reconhecimento da profissão de desgaste rápido.

A CCP é constituída pelos sindicatos e associações do setor, como ASPP/PSP, a APG/GNR, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Associação Socioprofissional da Polícia Marítima, o sindicato dos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e os profissionais da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

"Nunca houve tanto investimento nas forças de segurança"

O Ministro da Administração Interna defendeu hoje que “nunca houve tanto investimento nas forças de segurança” como o feito pelo atual Governo.

“Nunca houve tanto investimento nas forças de segurança como neste governo, fruto da programação da lei de investimentos em equipamentos e infraestruturas nas forças de segurança e é por isso que estão dezenas de infraestrutura em obras”, disse Eduardo Cabrita quando questionado pelos jornalistas sobre o protesto.

O ministro da Administração Interna lembrou que “as forças de segurança são beneficiárias do descongelamento de carreiras e nessa medida, cerca de 18 mil dos 22 mil efetivos da PSP tiveram valorizações remuneratórias decorrentes de progressão ou da resolução de uma questão deixada pelo governo anterior”.

Eduardo Cabrita adiantou que também os elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) tiveram o “descongelamento de carreiras concluído nos termos do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018)”.

No caso dos militares da GNR, ainda está “em discussão com as associações representativas aquilo que é um regime específico de uma carreira que depende da sua evolução fundamentalmente no decurso do tempo”, explicou.

Apesar de o Ministério da Administração interna (MAI) ter anunciado hoje que vai pagar a partir de janeiro de 2019 os subsídios relativos ao período de férias, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que "vale a pena manter a luta", porque o problema não fica totalmente resolvido, faltando saber como serão pagos os retroativos desde 2011.

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