Otelo Saraiva de Carvalho promovido a coronel. Concorda? - TVI

Otelo Saraiva de Carvalho promovido a coronel. Concorda?

Otelo Saraiva de Carvalho nas comemorações do 25 de Abril no Parlamento (António Cotrim/LUSA)

Ex-capitão de Abril vai receber indemnização de cerca de 50 mil euros e receber mais por mês

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A decisão foi tomada na terça-feira. 35 anos depois da revolução de Abril, o ex-capitão foi promovido a coronel de Artilharia, escreve o «Correio da Manhã».

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Segundo o jornal, a promoção foi efectuada ao abrigo da lei da reconstituição das carreiras dos militares que tenham sido penalizados por terem participado no período de transição da Revolução de 1974. A distinção surge sete anos depois de Paulo Portas ter travado a iniciativa, enquanto ministro da Defesa, por questões relacionadas com o processo que envolveu o grupo terrorista FP-25, no qual Otelo foi indultado e depois amnistiado.

A promoção tem efeitos práticos a partir de 1 de Setembro de 2000, pelo que o coronel terá de receber 49800 euros de indemnização, referente à diferença entre os salários de tenente-coronel e de coronel. Passará a ganhar mais 500 euros por mês (3500, no total). O despacho de promoção foi assinado pelos ministros da Defesa e das Finanças.

Além de Otelo Saraiva de Carvalho, foram promovidos a coronel, pelo Ministério da Defesa Nacional, os militares Vítor Afonso, César Neto Portugal, José Borges da Costa, Antero Ribeiro da Silva, Ângelo Sousa e Aniceto Afonso, e ainda António Vicente, a sargento-mor.

Sargentos saúdam

Em reacção a esta promoção, o coronel Vasco Lourenço, da direcção da Associação 25 de Abril, disse à agência Lusa que «a promoção de Otelo e dos outros militares foi tardia». Entende que a progressão na carreira dos militares envolvidos no 25 de Abril, dos que foram pró e contra a revolução, «não pode continuar a ser prejudicada» de acordo com a lei.

O responsável da Associação 25 de Abril classifica, contudo, de estranha «a escolha a dedo dos militares a serem promovidos».

Também a Associação Nacional de Sargentos lamenta «a tardia resolução destes problemas" que se "arrasta há mais de 10 anos, o que é injusto», disse à Lusa o presidente daquela organização Lino Coelho.

«Todas as situações que decorreram do processo revolucionário não deveriam ter aguardado tantos anos» para serem resolvidos pela tutela, até porque, salientou o representante dos sargentos, em alguns casos «os militares já morreram e não sentiram que foi feita justiça».
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