Ciclone Idai: fuzileiros resgatam português que estava desaparecido - TVI

Ciclone Idai: fuzileiros resgatam português que estava desaparecido

  • CE (Notícia atualizada às 18:06)
  • 27 mar 2019, 11:57

Anúncio foi feito pelo secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves. Cidadão em causa foi localizado pelos bombeiros de Santarém no terreno e o salvamento ficou depois a cargo dos fuzileiros

Uma equipa de busca e salvamento constituída por quatro fuzileiros encontraram, esta quarta-feira, o cidadão português que, entre os incontactáveis após a passagem do ciclone Idai em Moçambique, inspirava maior preocupação às autoridades portuguesas, disse esta quarta-feira à Lusa o secretário de Estado da Proteção Civil.

A situação que merecia, desde o primeiro momento, preocupação alargada na listagem de incontactáveis era este português que acabou de ser descoberto pela nossa equipa de fuzileiros na zona de Buzi", disse José Artur Neves.

Um comunicado do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) afirma que o homem foi encontrado a "60 km a oeste da cidade da Beira, na região de Bandua" e que se encontrava "estável e bem de saúde". 

O cidadão português foi encontrado em situação estável e bem de saúde. O consulado português na Beira já foi informado do resultado desta operação". 

De acordo com o comunicado essa operação de patrulhamento por parte dos militares portugueses demorou 3 horas. 

Ao início desta manhã um helicóptero da Marinha indiana largou a equipa de militares portugueses em Bandua, que ao fim de 3 horas de patrulhamento em terra detectaram e localizaram o português", lê-se. 

Bombeiros de Santarém localizaram português

Este cidadão foi localizado inicialmente por um destacamento de bombeiros do distrito de Santarém que está em Moçambique desde o último fim de semana, e que é composto por 19 operacionais de várias corporações, para ajudar nas operações de salvamento.

O último cidadão português encontrado, do lote de desaparecidos, foi detetado por estes soldados da paz e mais tarde resgatado pelos fuzileiros portugueses, conforme mandam os procedimentos", lê-se num esclarecimento enviado à TVI por fonte oficial.

A equipa de busca e salvamento vai permanecer no local com o cidadão português uma vez que só vão ser recolhidos, pelo helicóptero da Marinha, por volta das 16:00 horas locais (Moçambique), para de seguida fazerem a viagem de regresso ao aeroporto da Beira, detalha o comunicado do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).

Serão recolhidos novamente pelo helicóptero pelas 16h locais (horas de Moçambique), regressando ao aeroporto da Beira para se encontrar com a sua família". 

José Artur Neves, que se encontra na Beira desde segunda-feira e deverá permanecer na cidade mais afetada pelo ciclone até final da semana, disse ter sido possível chegar à fala com este homem, de 70 anos.

Era conhecido na embaixada, no consulado e na comunidade portuguesa. Estava incontactável e merecia preocupação por parte dos filhos que já se tinham dirigido várias vezes ao consulado", adiantou.

A listagem de portugueses incontactáveis inclui agora cinco nomes, segundo o secretário de Estado.

Neste momento são cinco que estão incontactáveis, mas que já estavam antes. Não são conhecidos da comunidade, nem sequer os seus nomes constam no consulado. São referencias de pessoas amigas, de familiares que têm dado nota de que essas pessoas poderão estar por cá, mas não há a certeza", disse.

O secretário de Estado da Proteção Civil está na região da Beira em contacto com a comunidade de 2.500 portugueses e a acompanhar as forças operacionais ali deslocadas, compostas por 110 elementos.

As forças militares e de proteção civil estão envolvidas em diversas atividades, entre as quais a distribuição de alimentos e purificação de água no distrito de Buzi, o mais alagado.

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9 milhões de pessoas, segundo dados das agências das Nações Unidas.

Moçambique foi o país mais afetado, registando até ao momento 468 mortos e 1.522 feridos, segundo as autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 135 mil pessoas a viverem atualmente em centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira.

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