Uso de máscara até ao desconfinamento total, defendem especialistas - TVI

Uso de máscara até ao desconfinamento total, defendem especialistas

Medida de proteção individual deve continuar a ser obrigatória sempre que não seja possível cumprir o distanciamento

A aposta na vacinação contra a covid-19 e a manutenção das medidas de proteção individuais, nomeadamente a obrigatoriedade do uso de máscara em locais fechados e públicos, devem ser a aposta para o desconfinamento total, defendeu Raquel Duarte, especialista em saúde pública, na reunião de peritos do Infarmed, nesta terça-feira, de balanço da situação epidemiológica em Portugal.

Segundo os níveis de desconfinamento propostos, que vão do nível 1 ao 4, e que têm por base a taxa de vacinação e a matriz de risco, que "dá segurança e controlo da situação epidemiológica", Portugal encontra-se, neste momento, no primeiro nível, com uma taxa de vacinação de cerca de 60%, sendo que o último implica que a imunidade de grupo foi atingida, explicou a responsável da ARS Norte e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.

As seguintes medidas gerais devem, por isso, ser aplicadas a todo o país: "Ventilação e climatização adequada dos espaços, certificado digital nos espaços públicos e auto-avaliação de risco."

O uso de máscara deve, assim, ser "obrigatório em locais fechados e públicos" e devem continuar a evitar-se os aglomeramentos.

As medidas gerais aplicam-se às escolas e ao trabalho, sendo que em termos laborais deve continuar a ser promovido o desfasamento de horários e o teletrabalho, sempre que possível.

No entanto, Raquel Duarte defende um alívio das restrições na restauração, permitindo o aumento do número de pessoas à volta de uma mesa, consoante os diferentes níveis, e "sem limitação no exterior" dos restaurantes.

Os peritos propõem, por exemplo, o aumento do número de pessoas à volta da mesa em espaço interior de seis para oito pessoas e no exterior de 10 para 15 quando o país progredir para o nível 2.

No caso dos grandes eventos, como podem "potenciar a aglomeração de pessoas", os eventos exteriores devem ocorrer "em espaço delimitado", em que "estejam bem definidos os circuitos de circulação" e as pessoas "devem ir para um local definido para cumprir o distanciamento".

"Se não é possível controlar os eventos, não devem ocorrer entre os níveis 1 e 2", sublinhou a especialista.

Raquel Duarte disse que é importante, nesta fase da pandemia, "apostar cada vez mais na auto-avaliação de risco" e que as pessoas compreendam que devem cumprir o distanciamento físico.

Nos transportes, a "ventilação, ventilação, ventilação" é muito importante, sublinhou a especialista, onde se deve optar pela manutenção das janelas abertas quando essa ventilação mecânica não é possível, e "utilização obrigatória de máscara".

Na praia e no campismo, a utilização de máscara fica "apenas para situações de aglomeração", "quando o distanciamento não pode ser cumprido".

Raquel Duarte vincou, ainda, que estas indicações resultam da análise da informação a nível nacional, da auscultação dos especialistas e dos dados que ser verificam nos outros países.

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