A Marinha afastou dois comandantes da Escola Naval, os comandantes do Corpo de Alunos e da 4.ª companhia, no início de janeiro, depois de em dezembro terem sido noticiadas alegadas praxes violentas. Mas, segundo o Diário de Notícias, a Marinha não confirma que estas exonerações estejam relacionadas com práticas de maus-tratos.
Um dos comandantes afastados era capitão-de-fragata e estava apenas há 13 meses no cargo de comandante do Corpo de Alunos.
As substituições estão ser oficialmente apresentadas como "movimentos administrativos”.
Contactada pelo DN, a Marinha não deu mais explicações, dizendo que "não comenta publicamente movimentos administrativos internos dos seus militares".
Recorde-se que em dezembro que surgiram denúncias anónimas, por parte de familiares dos cadetes, de que os alunos estariam a ser alvo de praxes violentas. As queixas davam conta de alguns exemplos como banhos de água fria e tortura de sono.
Segundo o relato da mãe de um cadete ao DN, os alunos eram metidos "em tanques de água" à noite, ficavam "nus na parada", eram alvo de "tortura de sono" ao serem acordados a meio da noite para tomarem duches frios e, algumas vezes, colocavam-lhes "sacos na cabeça". Outro pai garantiu que os alunos eram "privados do sono" e dormiam "uma média de seis horas por semana".
A Marinha abriu então um processo de averiguações, mas diz não ter identificado "qualquer evidência" de maus-tratos ou violência.