Médicos e enfermeira acusados de negligência no caso da grávida que perdeu bebé na Guarda - TVI

Médicos e enfermeira acusados de negligência no caso da grávida que perdeu bebé na Guarda

  • SS
  • 28 out 2019, 08:10
Médico

Dois médicos e uma enfermeira da Unidade de Saúde Local da Guarda foram acusados de ofensas à integridade física por negligência no caso de uma grávida que perdeu o bebé às 37 semanas de gestação

Dois médicos e uma enfermeira da Unidade de Saúde Local da Guarda foram acusados de ofensas à integridade física por negligência no caso de uma grávida que perdeu o bebé às 37 semanas de gestação.Jornal de Notícias teve acesso à acusação do Ministério Público, que data de 14 de outubro.

Os clínicos e a enfermeira estavam de serviço no dia 16 de fevereiro de 2017, quando Cláudia Costa deu entrada na urgência de obstetrícia com perdas de sangue, às 9:30.

Segundo o jornal, a acusação indica que a enfermeira, agora arguida, efetuou o registo tocográfico e percebeu que os batimentos cardíacos do feto eram fracos, mas, na ausência dos médicos que entraram e saíram várias vezes do serviço, só transmitiu esta informação às 10.23 horas, quando a obstetra acusada regressou. A essa hora, a arguida telefonou ao colega, que tinha voltado a ausentar-se para tomar o pequeno-almoço, para voltar ao posto, mas pediu-lhe que avaliasse outra grávida que chegou depois de Cláudia Costa e que aguardava na sala de espera.

Minutos mais tarde, Cláudia Costa sentiu uma dor aguda seguida de hemorragia e foi então observada pelos dois obstetras. Os clínicos confirmaram a morte do feto.

O feto foi retirado do ventre da mãe nesse dia e autopsiado na presença dos inspetores da Polícia Judiciária, tendo o relatório preliminar indicado que a mulher tinha sofrido um descolamento da placenta.

O Ministério Público concluiu que a vítima "sofreu um tempo de espera excessivo (...) sem que fosse sujeita a uma adequada monitorização e vigilância durante o tempo de espera, o que inviabilizou a realização de uma cesariana de urgência que teria salvo a vida do feto e, por essa via, a integridade física e a saúde da assistente".

A obstetra bem como a enfermeira pertencem ao quadro da Unidade Local de Saúde da Guarda e o outro clínico tem domicílio profissional em Santarém sendo que, à data dos factos, era médico tarefeiro na instituição a que nunca mais voltou.

 

 

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