Covid-19: doentes esperam mais de 10 horas para serem atendidos no Santa Maria - TVI

Covid-19: doentes esperam mais de 10 horas para serem atendidos no Santa Maria

Doentes estão nas ambulâncias que fazem fila à porta do hospital

A Autoridade Nacional Emergência e Proteção Civil, em conjunto com o  INEM, fez esta sexta-feira o ponto de situação do apoio que está a ser prestado na pré-triagem aos doentes que estão nas ambulâncias junto ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Segundo os responsáveis, vários doentes estão há mais de 10 horas à espera para serem atendidos naquela unidade hospitalar. Os pacientes esperam nas ambulâncias que estão à porta do hospital, havendo, por volta das 20:00, seis veículos na fila de espera, que chegou a ser de 46 viaturas na quinta-feira.

A esta hora havia apenas “seis ambulâncias”, anunciou em conferência de imprensa a diretora do Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHLN), Anabela Oliveira, com doentes que “estão há mais de dez horas” a aguardar a triagem.

Não sei se são doentes que carecem de internamento, são doentes que têm de ser avaliados”, acrescentou a responsável.

Estes doentes terão de ser avaliados por médicos e fazer alguns exames antes da admissão hospitalar, que vão definir a gravidade da situação de cada um.

Entre os seis doentes que esperavam atendimento, um deles estava com pulseira vermelha, a mais grave no contexto de internamento.

Anabela Oliveira considerou que o trabalho desenvolvido entre a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) ao nível da pré-triagem “foi absolutamente fundamental” para aliviar a pressão sobre o Santa Maria.

Soraia Taveira, médica do INEM, acrescentou que a pré-triagem feita em conjunto com a Proteção Civil possibilitou o encaminhamento dos doentes para as unidades correspondentes, mas que conduziram “poucos” aos centros de saúde.

O comandante regional da Proteção Civil de Lisboa e Vale do Tejo, Elísio Oliveira, também enalteceu o esforço em conjunto.

Ontem a esta hora [20:00] tínhamos neste local 46 ambulâncias, hoje temos seis. Ao longo do dia [de hoje] foram dezenas de ambulâncias triadas, foram dezenas de pessoas encaminhadas para o seu local”, sublinhou o responsável, considerando que esta pré-triagem permite que “os doentes tenham um tratamento diferente” por parte dos profissionais de saúde, que a agora “conseguem respirar”.

Questionado várias vezes pelos jornalistas, o comandante não especificou quantos doentes passaram pela pré-triagem durante o dia de hoje e quantos é que necessitavam de internamento, respondendo apenas que “dezenas de ambulâncias” passaram pelo Santa Maria.

O hospital é que “tem de validar os dados relativamente aos doentes admitidos”, acrescentou o responsável do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil de Lisboa e Vale do Tejo.

O trabalho feito em parceria com o INEM tem apenas o propósito de retirar “toda a carga e pressão sobre o hospital”.

O dispositivo criado na entrada desta unidade hospitalar “vai baixar” durante a noite e regressará no sábado, pelas 12:00, explicou o comandante da Proteção Civil, referindo, no entanto, que os doentes que ainda aguardam a triagem terão acompanhamento permanente.

Interpelado sobre se o auxílio da Proteção Civil e do INEM veio tarde e se houve alguma falha, uma vez que o cenário caótico é constante há vários dias e que havia bombeiros sem comida, Elísio Oliveira respondeu que “nenhum dos bombeiros aqui estão isolados” e que “a preocupação” é “rentabilizar o trabalho” na triagem com a complementaridade destas várias entidades.

Estamos a dar [o nosso melhor], isso é que é importante. É isso que é o nosso trabalho”, defendeu.

Iniciou-se esta sexta-feira uma pré-triagem à porta do Santa Maria, de forma a facilitar e agilizar o trabalho dos profissionais de saúde no local.

Neste momento estão internadas mais de 370 doentes com covid-19, entre enfermarias e cuidados intensivos.

O Hospital de Santa Maria é o maior do país, mas não deixa de ser um dos mais pressionados.

O presidente do Conselho de Administração daquela unidade hospitalar, Daniel Ferro, reconhece que a atual situação é consequência do elevado nível de infeções que se tem verificado na região de Lisboa e Vale do Tejo.

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