Maria acusa Mariana de matar Diogo: "Também não fui eu que o decapitei e desmembrei" - TVI

Maria acusa Mariana de matar Diogo: "Também não fui eu que o decapitei e desmembrei"

  • Patrícia Manguito
  • CM
  • 9 mar 2021, 12:42

Segurança do hotel onde a vítima trabalhava falou pela primeira vez em tribunal, apresentando uma versão contrária à da fase de inquérito, quando assumiu que tinha sido a principal responsável pela morte do "amigo"

Maria Malveiro, uma das jovens acusadas de matar e desmembrar Diogo Gonçalves, de 21 anos, falou, pela primeira vez, durante o julgamento que decorre, nesta terça-feira, no Tribunal de Portimão, apresentando uma versão contrária à da fase de inquérito, quando assumiu que tinha sido a principal responsável pela morte do "amigo", acusando, agora, Mariana Fonseca.

Não podia continuar a deixar que pensassem que fiz tudo sozinha. A minha intenção foi sempre proteger a Mariana, mas agora quero contar a verdade." 

Depois de ter pedido que a ex-namorada, e também arguida, saísse da sala, a segurança do hotel onde Diogo também trabalhava contou a sua versão dos factos, acusando a enfermeira, de 24 anos, de matar, decapitar e desmembrar a vítima.

Pensei: vamos sair daqui e esquecer isto. Ela [Mariana] disse para me acalmar e eu saí. Quando voltei ela tinha as mãos à volta do pescoço dele. E disse: 'assim já não se mete no meio de nós'. Perguntei se estava morto. Respondeu que sim. Eu nunca quis nada daquilo. Eu gostava dele, era meu amigo. Ele era dócil. Arrependo-me profundamente do que aconteceu", disse Maria.

Maria, de 20 anos, afirmou que sempre tentou proteger Mariana e que colocou o amor que sentia pela namorada à frente de tudo.

Peço perdão à família e amigos do Diogo. Arrependo-me de não ter contactado as autoridades. Sinto muito a falta dele", afirmou, sempre a chorar, Maria, confessando, ainda, que Diogo nunca tentou abusar de si, ao contrário do que tinha afirmado também na fase de inquérito.

Assumiu que queria contar a verdade e contou que, meses antes do crime, Mariana, que seria possessiva, lhe disse ter ciúmes de Diogo, ciúmes esses que aumentaram quando tomou conhecimento do dinheiro que aquele tinha. Recorde-se que Diogo Gonçalves tinha acabado de receber uma indemnização pela morte da mãe, quando foi assassinado.

Terá sido nessa altura que Mariana decidiu que queria ficar com o dinheiro de Diogo e Maria se deixou levar pelo plano que a enfermeira traçou, sublinhando, porém, que Mariana agiu por ciúmes e não por dinheiro.

Apesar de não ser eu a matá-lo, sinto-me responsável. Também não fui eu que o decapitei e desmembrei. Eu não faço ideia como cortar um corpo", descreveu, acrescentando que não sabe como Mariana se "livrou do corpo", uma vez que "saiu de carro", mas admitiu que foi ela que se lembrou da série "Dexter", sobre um serial killer que se desfazia dos corpos das vítimas desmembrando-os e atirando-os ao mar.

O plano consistiu em furtar ampolas de Diazepam do hospital e misturar com sumo de laranja para que Diogo adormecesse e lhe roubassem o cartão. Mas como o medicamento não fez efeito, Mariana pediu a Maria que fizesse a Diogo um golpe de mata-leão, técnica de estrangulamento usada nas artes marciais, realizada pelas costas do oponente.

Eu ajudei a pôr o corpo do Diogo no carro. Antes tinha dado as ampolas no sumo, três ampolas", confessou apenas.

Maria disse em tribunal que nunca quis magoar ninguém e que fez apenas o que Mariana lhe pediu.

Tinha medo da Mariana. Não me batia mas tinha um grande impacto sobre mim."

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