Já há registo de burlas e assaltos a vítimas dos incêndios - TVI

Já há registo de burlas e assaltos a vítimas dos incêndios

Apesar de a maioria das câmaras municipais ainda não ter conhecimento destas situações, há pelo menos duas que têm, deixando todos os outros municípios em alerta. Já tinha acontecido em Pedrógão. O aproveitamento parece estar a repetir-se

Começam a aparecer tentativas de burla tendo como alvo as vítimas dos incêndios. Aconteceu em Pedrógão Grande e volta a haver agora pessoas que se estão a aproveitar da tragédia e da vulnerabilidade das pessoas.

Fazem-se passar por funcionários da câmara ou da EDP, por exemplo. Em junho, em Pedrógão, chegou mesmo a haver uma vaga de assaltos e informações falsas junto da população relativamente aos donativos. 

Agora, dias depois de nova tragédia em vários concelhos acima do rio Tejo, o filme começa a repetir-se. Pampilhosa da Serra (Coimbra) é um dos casos. O presidente da câmara, José Brito, disse à TVI que foi "avisado pela GNR" sobre essa situação: pessoas que estão a fazer-se passar por funcionários do município que estão a fazer o levantamento dos prejuízos e que, na verdade, não são.

Passámos a mensagem aos presidentes de junta para que as populações fossem avisadas e para haver um cuidado especial com as equipas no terreno, para que estejam devidamente identificadas".

A TVI24 contactou também os outros municípios mais afetados e foi fácil perceber que as comunicações ainda não foram totalmente restabelecidas. Não conseguimos recolher informações junto de todos, mas a maioria não tem ainda conhecimento de situações idênticas, embora o alerta esteja a soar. 

À câmara de Seia (Guarda) não chegaram queixas de tentativa de burla - e ali os funcionários municipais também têm colete e cartão de identificação, mas há registo de "um único roubo de cobre já identificado pela GNR". 

Em Oliveira do Hospital (Coimbra), por exemplo, "não há conhecimento" de casos de tentativa de burla, mas o município admite que "possam ocorrer", afirmou fonte oficial do município. Por isso mesmo "os funcionários andam identificados, com um colete que diz Câmara Municipal de Oliveira do Hospital".

Há um gabinete de crise em curso e as vítimas dos incêndios "estão a ser alertadas" que devem dirigir-se à sua junta de freguesia, primeiro, e depois a junta reencaminha os casos para a Câmara Municipal. O centro de acolhimento montado no Pavilhão Municipal, com técnicos de Segurança Social, psicólogos e INEM está ao serviço da população.

Em Tábua (Coimbra) também já "ouviu esse reparo a dizer que estavam a passar-se por funcionários da EDP", segundo fonte municipal. Não ali, mas em Oliveira do Hospital (sendo que o município não tem conhecimento). Como a ameaça paira, importa saber que os funcionários da câmara de Tábua "têm todos um colete amarelo", que atrás diz "câmara municipal" e têm consigo um cartão de identificação (parecido com cartão de cidadão, mas que é mesmo do município" e deslocam-se nas viaturas da câmara municipal que também estão devidamente identificadas. Quem tiver problemas, pode dirigir-se diretamente à câmara ou à GNR.

A câmara de Arganil (Coimbra) está alerta "para essa eventualidade", mas até hoje não tem registo de nenhuma tentativa de aproveitamento. Seja como for, vai fazer com que todos os funcionários tenham dístico da câmara e cartão de identificação pessoal. Se alguém for, mesmo assim, afetado por tentativas de burla, deve recorrer ao município.

O município de Tondela (Viseu) não há igualmente conhecimento de casos, mas avisa que os seus funcionários têm colete e cartões de identificação. Há equipas da Segurança Social, também identificadas, no terreno. 

Em Oliveira de Frades (Viseu), a câmara tem a consciência de que essas são práticas "habituais", até pelo "exemplo de Pedrógão". Como Oliveira de Frades é um meio "muito pequeno", fonte municipal explicou à TVI que "toda a gente se conhece e quando vê algum funcionário da câmara facilmente o reconhece", não se deixando enganar. Pelo menos à partida. 

Na Sertã (Castelo Branco), também ainda não há registo de casos de burla até ao momento.

A TVI24 solicitou à GNR qual o balanço que tem, até ao momento, de situações deste tipo. Aguardamos ainda resposta.

Não é demais deixar o alerta

  • Os funcionários municipais e da segurança social devem estar devidamente identificados com colete e/ou cartão (se não estiverem, peça-lhes identificação comprovativa)
  • Recorra à câmara e/ou à GNR se for alvo de uma tentativa de burla ou assalto

 

 

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