Alunos portugueses do 12º ano entre melhores a Matemática e Física - TVI

Alunos portugueses do 12º ano entre melhores a Matemática e Física

  • Redação
  • STS/Atualizada às 14:00
  • 29 nov 2016, 09:38
Escola (arquivo)

Conclusão é do ‘Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS) Advanced 2015’. Portugal ficou apenas a três pontos do 3.º melhor classificado, os Estados Unidos

O desempenho dos alunos portugueses do 12.º ano a Matemática A é o 5.º melhor num grupo de 10 países analisados num estudo internacional, e o 4.º melhor na disciplina de Física entre nove países.

De acordo com os resultados no ‘Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS) Advanced 2015’, cujos resultados foram divulgados esta terça-feira pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), Portugal ficou apenas a três pontos do 3.º melhor classificado, os Estados Unidos.

O TIMSS, que avalia os desempenhos dos alunos com base nos resultados em provas desenhadas especificamente para o estudo, segue a mesma escala de classificação usada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) nos testes PISA: varia entre zero e mil pontos, sendo que os 500 pontos são considerados a média de referência.

Portugal, que participou pela primeira vez em 2015 no TIMSS Advanced – destinado a avaliar os alunos do último ano do ensino secundário – conseguiu uma pontuação média de 482 pontos, 18 pontos abaixo dos 500 que representam o centro da escala, abaixo da Federação Russa e dos Estados Unidos, classificados imediatamente acima com 485 pontos.

Em 2.º lugar ficou o Líbano, com 532 pontos, e no topo um sub-grupo de alunos da Federação Russa que frequenta um programa intensivo de Matemática, de pelo menos seis horas de matemática semanais no currículo, e que conseguiu uma pontuação de 540.

Abaixo de Portugal ficaram França (463), Eslovénia (460), Noruega (459), Suécia (431) e Itália (422).

A Física a comparação passa a ser entre nove países, uma vez que desaparece o sub-grupo da Federação Russa existente a Matemática, e Portugal consegue o 4.º lugar, com 467 pontos (33 abaixo dos 500 pontos de referência), atrás da Noruega (507), Federação Russa (508) e Eslovénia (531).

Com classificações inferiores à portuguesa ficaram a Suécia (455), EUA (437), Líbano (410), Itália (374) e França (373).

Por conteúdos avaliados, os alunos portugueses que fizeram a prova de Matemática saíram-se melhor nos itens de álgebra, e pior no cálculo e na geometria. Na prova de Física os portugueses foram mais fortes nos itens de Mecânica e Termodinâmica, tendo piores resultados em Eletricidade e Magnetismo e Fenómenos Ondulatórios e Física Atómica e Nuclear.

Do ponto de vista da análise de resultados por região, a melhor e a pior região a Matemática A são, respetivamente, o Alentejo Central e o Alto Alentejo, com pontuações médias de 512 pontos e 433 pontos.

Mas numa análise mais fina, que analisa os resultados por percentis em cada uma das regiões, é possível perceber, no entanto, que os alunos que conseguiram a pontuação mais elevada na prova de Matemática, alcançando os 641 pontos, residem na Região Autónoma dos Açores.

A Física os melhores resultados regionais médios encontram-se no litoral continental norte e centro, e na Região Autónoma dos Açores. Volta a ser no Açores que se encontram os alunos com resultados mais elevado, com uma pontuação de 681, muito acima dos 467 pontos da média nacional.

As escolas privadas conseguem pontuações médias mais elevadas do que as públicas quer a Matemática A, quer a Física.

Alunos do 4º ano melhoram a Matemática, pioram a Ciências mas continuam acima da média

Os alunos do 4º ano melhoraram os conhecimentos a Matemática mas pioraram a Ciências, segundo os resultados do estudo internacional TIMSS, que coloca Portugal acima da média numa comparação que avalia mais de 300 mil estudantes.

No ano passado, 4.693 alunos que frequentavam o 4º ano de escolaridade em 217 escolas portuguesas participaram no Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS 2015).

No total, o TIMSS 2015 analisou o desempenho de mais de 300 mil alunos de 56 países e regiões e os portugueses ficaram em 13.º lugar a matemática e em 32.º lugar a ciências.

Os alunos portugueses têm vindo a melhorar a matemática, quando se comparam os últimos resultados com os obtidos nas outras duas edições em que participaram (logo na primeira, em 1995, e na penúltima, em 2011).

Para avaliar os conhecimentos, o estudo apresenta uma escala que varia entre zero e mil pontos, sendo 500 considerado o desempenho médio dos participantes.

Assim, o desempenho dos alunos é considerado baixo quando um país consegue uma pontuação entre os 400 e os 474 pontos, é considerado intermédio quando fica entre os 475 e os 549 pontos, pode chegar a elevado (550 a 624 pontos) ou mesmo atingir o desempenho avançado (625 pontos ou mais).

Este ano, Portugal obteve 541 pontos a matemática, registando um aumento de nove pontos em relação aos resultados de 2011, o que lhe permitiu subir dois lugares no ranking e ocupar o 13.º lugar.

Os alunos portugueses surgem assim ao lado dos ingleses, belgas, norte-americanos, dinamarqueses ou lituanos, já que todos conseguiram 40 pontos acima do desempenho médio a matemática.

Já a ciências, a situação inverteu-se, com os alunos a baixar a média nacional: Portugal obteve 508 pontos, descendo 14 pontos em relação a 2011 e mais de dez lugares no ranking, passando a ocupar a 32.ª posição (em 2011 ocupava a 19.º lugar).

São os alunos do litoral norte e centro que apresentam os melhores resultados às duas disciplinas, com destaque para Leiria, onde os estudantes conseguiram 576 pontos a matemática e 531 a ciências.

Já os alunos da região do Tâmega e Sousa foram os que obtiveram piores resultados (500 pontos a matemática e 477 a ciências).

Comparando os resultados obtidos nas 198 escolas públicas e nas 19 privadas, as melhores notas são de alunos do ensino privado tanto a matemática (588 versus 536 pontos) como a ciências (542 versus 504).

Seguindo a tendência internacional, os rapazes obtiveram melhores resultados do que as raparigas (mais onze pontos a matemática e sete a ciências).

A avaliação em matemática foca-se nos conteúdos dos “Números”, “Formas Geométricas e Medidas” e “Apresentação de dados” enquanto a ciências, o estudo procura perceber os conhecimentos dos mais pequenos em áreas como as ”Ciências da Vida”, “Ciências Físicas” e “Ciências da Terra”.

O TIMSS Advanced é um estudo internacional que avalia o desempenho dos alunos do último ano do ensino secundário (12.º ano no caso português) a Matemática Avançada e Física, que teve em 2015 a sua 3.ª edição, e a primeira em que Portugal participou.

No TIMSS Advanced 2015 participaram, com base num processo de amostragem aleatória, 56 mil estudantes – 32 mil em Matemática Avançada e 24 mil em Física – entre os quais 5.851 portugueses – 4.068 na prova de Matemática A e 1.783 na prova de Física.

No TIMSS 2015, os alunos com melhores desempenhos voltaram a ser os asiáticos de Singapura, Hong Kong, República da Coreia, Japão e Taipé Chinês. Esta é a 6.ª edição do TIMSS.

Participaram 221 escolas a Matemática e 149 a Física.

Alunos carenciados não estão condenados a ter más motas, diz secretário de Estado

As diferenças regionais dos resultados portugueses no estudo internacional TIMSS revelam que “não há fatalismos na educação” e que os alunos carenciados “não estão condenados a ter maus resultados”, salientou esta terça-feira o secretário de Estado da Educação.

Para o secretário de Estado da Educação, João Costa, é preciso olhar para o lado animador destas assimetrias que mostram que “existem formas diferentes de trabalhar” e que agora é preciso estar atento para perceber o que se faz em Leiria.

Estes resultados mostram que não estamos condenados a ter maus resultados quando pertencemos a grupos socioeconómicos desfavorecidos. Mostram que a escola pode fazer a diferença”, disse João Costa, sublinhando que “não há fatalismos na educação”.

Para João Costa a amostra deste estudo é ainda muito pequena mas existem conclusões importantes, como a assimetria entre os conhecimentos e a sua aplicação e raciocínio: “Ficamos contentes quando subimos ao nível dos conhecimentos, mas depois não podemos fixar felizes quando esses conhecimentos não são aplicados”.

O presidente do IAVE, Helder Sousa, lembrou que “estes estudos internacionais não servem para avaliar alunos ou escolas mas sim para avaliar o ensino”, sublinhando ainda que o PIMSS não deve ser reduzido a um mero ranking de países apesar de admitir que gosta de olhar “para os resultados e perceber que Portugal é um bom exemplo”.

O PIMSS 2015 foi apresentado por João Marôco, do IAVE, que lembrou que Portugal foi um dos 21 países participantes que subiram os seus resultados a matemática em relação aos resultados de 2011, havendo outros 15 países que mantiveram os resultados e cinco que desceram.

Já a ciências, os alunos portugueses do 4.º ano colocaram Portugal entre os oito países que desceram no desempenho em relação ao último estudo, havendo outros 16 que se mantiveram e 17 países participantes que subiram.

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