Foz Tua: manifesto contra a barragem - TVI

Foz Tua: manifesto contra a barragem

Barragem de Foz Tua: acidente faz cinco feridos (ESTELA SILVA/LUSA)

Com os prós e contras colocados na balança, mais de 40 personalidades concluem que barragem não vale a pena

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Mais de 40 personalidades de várias áreas subscreveram um manifesto em defesa do rio Tua, onde exigem a «paragem imediata das obras da barragem antes que sejam cometidos danos irreparáveis sobre um património de inestimável valor».

No manifesto, os signatários consideram que a barragem do Foz Tua não cumpre os objetivos. Vai produzir apenas 0,5 por cento da energia gasta em Portugal, reduzindo só 0,7 por cento das importações de energia e 0,7 por cento das emissões de gases de efeito de estufa.

«Foz Tua contribuiria com uns míseros 0,1 por cento da energia do País», concluem.

Assinam o manifesto personalidades da ciência, cultura, economia, política e cidadania como o arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, o dirigente do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, o dirigente da Quercus, Francisco Ferreira ou a deputada de Os Verdes, Heloísa Apolónia, apurou a Lusa.

Os signatários defendem ainda que a barragem «é cara», e que durante 75 anos os portugueses é que a vão pagar através da fatura elétrica, que há «alternativas melhores», entre as quais o investimento em eficiência energética e o reforço da potência das barragens já existentes.

Afirmam ainda que a construção da barragem é «um atentado cultural». Os assinantes do manifesto lembram que a albufeira de Foz Tua «destruirá a centenária linha ferroviária do Tua, um vale com paisagens naturais e humanizadas de rara beleza, com elevado valor patrimonial e turístico». E recordam que a obra põe em causa a classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade.

Terceiro aspeto, a barragem constitui também um «atentado ambiental» porque vai destruir solos agrícolas e habitats ribeirinhos raros e vai pôr em risco espécies ameaçadas e protegidas.
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