Câmara de Pombal ameaça recorrer a Bruxelas por causa da água - TVI

Câmara de Pombal ameaça recorrer a Bruxelas por causa da água

Água

Em causa está a falta de garantia de água para o abastecimento de água

A Câmara Municipal de Pombal poderá recorrer a Bruxelas caso as entidades portuguesas não garantam a quantidade de água do aquífero da Mata do Urso para abastecer o concelho, ameaçou o vice-presidente, Diogo Mateus.

Na última reunião de Assembleia Municipal de Pombal, o presidente da Junta de Freguesia da Guia, Manuel António Santos, alertou os deputados para a publicação em Diário da República dos perímetros de proteção das captações de água na Mata do Urso, por parte da empresa Águas do Mondego (AdM), sem que para tal «tivessem ouvido as juntas de freguesia».

O autarca manifestou preocupação em «partilhar a água», considerando que a «captação da empresa pode pôr em risco o abastecimento de água no concelho de Pombal», pois o aquífero «poderá secar».

«Se percebermos que os mecanismos de controlo portugueses não são suficientes e que as entidades competentes não garantem a quantidade e qualidade da água do aquífero para o município, recorreremos a Bruxelas, para que sejam impostas regras que protejam o concelho. A captação de água em Pombal não pode ficar em risco por causa de má gestão», garantiu Diogo Mateus.

O vice-presidente informou ainda que já pediu um encontro com o secretário de Estado do Ambiente para expor a situação. «Há investimentos avultadíssimos do município de Pombal e da própria União Europeia, que está a financiar uma rede de abastecimento que é baseada nesta fonte».

A Câmara de Pombal não entregou a gestão da água a privados e está a construir uma rede de abastecimento de água pública, que tem como fonte o aquífero da Mata do Urso, que também é utilizado pelas empresas Celbi e Galp Energia.

Manuel António Santos apelou à assembleia municipal que «dê força ao executivo para que junto das entidades competentes faça com que as medidas preventivas, aprovadas pela assembleia municipal, em outubro de 2008, sejam cumpridas».

Diogo Mateus acrescentou que o mesmo órgão aprovou uma norma que «limita a possibilidade de licenciar as obras a cargo da AdM».

«Está a ser feita uma obra que atravessa a freguesia do Carriço. Existem pinheiros a secar à volta, porque os níveis freáticos estão a baixar. Um dia, não vamos ter água para abastecer Pombal, porque as medidas preventivas não estão a ser asseguradas», sublinhou Manuel António Santos.

O presidente do Conselho de Administração da AdM, Nelson Geada, referiu à agência Lusa que a empresa «vai de facto executar as obras de abastecimento parcial ao município de Leiria a partir de captações, já executadas, na Mata do Urso, estando devidamente licenciadas pelas entidades tutelares (APA-ARH)».

O responsável acrescentou que a «utilização do aquífero pela AdM consta já nos planos de bacia hidrográficos».

O aquífero em causa é o «da Leirosa-Monte Real, existindo capacidade do mesmo para as várias utilizações (Celbi, Galp Energia, Câmara Municipal de Pombal e AdM)».
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