INEM perde 257 chamadas por dia - TVI

INEM perde 257 chamadas por dia

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Desvio está dentro dos padrões europeus

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O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) não atende, em média, 257 chamadas por dia, devido à desistência de quem está a ligar, tanto por demora no atendimento, como por já não ser necessário o pedido de ajuda.

Abílio Gomes, presidente do INEM, foi esta terça-feira à Comissão de Saúde apresentar os últimos números, garantindo que, em 2009, a média diária de chamadas atendidas foi de 4.887, sendo que cerca de cinco por cento não são atendidas.

Fazendo as contas, tratam-se de 257 chamadas perdidas por dia, mais do que as 143 que a deputada Teresa Caeiro lembrou terem sido noticiadas pela TVI no final de 2008. Ainda assim, os responsáveis do INEM garantem que estão dentro dos padrões europeus.

«Não se trata de pôr em cheque o INEM ou de perseguir o INEM. Mas entendemos que um instituto com a importância e o prestígio do INEM não pode estar envolto em polémica. O INEM tem de ser uma entidade em que os cidadãos confiam e, no entanto, nos últimos 2 anos, o INEM está constantemente em polémicas», lamentou a deputada do CDS-PP, que requereu a presença de Abílio Gomes na comissão.

O presidente do INEM concordou que «o INEM está naturalmente envolvido em polémicas, mas não porque as provoque». «A confiança dos cidadãos é fundamental e preocupamo-nos em garanti-la. Por isso, promovemos um estudo de satisfação dos utentes, que nos mostra uma atitude de confiança, embora casuisticamente aconteçam situações em que a prestação não é a ideal», admitiu.

Teresa Caeiro criticou ainda o sistema de «call back» do INEM, que permite aos operadores do 112 voltarem a ligar para as pessoas que viram a sua chamada perdida por alguma razão: «Não será isto um cuidado paliativo ou um remendo?»

«O call back é um complemento. Não há um sistema informático que não seja falível. Temos entre 4,5 e 5 por cento de chamadas desligadas na origem por dia. As pessoas queixam-se do tempo, mas em situações de emergência, muitas vezes perde-se a noção do tempo», respondeu Abílio Gomes.

A deputada do PS Maria Antónia de Almeida Santos destacou que o nível de atendimento de chamadas é de mais de 95 por cento, o que significa, no seu entender, que «o INEM está a cumprir» o seu serviço.

Já João Semedo, do BE, queixou-se de ser «um dos casos de chamadas perdidas do INEM», porque não viu nenhuma das suas questões respondidas pelo presidente do INEM.

Bernardino Soares, do PCP, optou por questionar o INEM sobre as chamadas desviadas para os bombeiros. «Não se compreende que numa situação de emergência a resposta do INEM seja "desligue e ligue para os bombeiros da sua área"».

«Isso é um equívoco. O INEM só não faz o transporte quando não é uma situação de emergência médica. De modo nenhum declinamos as nossas funções», respondeu Abílio Gomes.
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