Manifestação à porta do Parlamento por «60 mil pessoas que não nasceram» - TVI

Manifestação à porta do Parlamento por «60 mil pessoas que não nasceram»

Grávida (arquivo)

Menos de meia centena de manifestantes pede discussão da lei do aborto

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Menos de meia centena de representantes de associações contra o aborto concentraram-se esta sexta-feira em frente à Assembleia da República para exigir uma nova discussão da lei da interrupção voluntária da gravidez, no sentido da sua revogação ou melhor regulamentação, noticia a Lusa.

Ao fundo da escadaria da Assembleia da República, na linha da frente, perto de duas dezenas de raparigas universitárias vestiam-se de negro e olhavam para baixo, com expressões que traduziam sofrimento.

Nas mãos traziam flores de papel colorido que, depois de um minuto de silêncio pelas «vítimas do aborto», depositaram no chão em memória das «60 mil pessoas que não chegaram a nascer».

Trata-se da associação «Vida universitária», que é composta apenas por jovens universitários que se afirmam «pela vida» e que ao todo compreende um total de 50 jovens, em todo o país.

Inês Avelar Santos, porta-voz da associação, manifestou-se «estupefacta» com os números do aborto em Portugal.

«Não queremos ficar indiferentes, queremos mostrar o nosso horror perante estes números, são 60 mil pessoas que não nasceram nestes quatro anos e é preciso lembrá-los», afirmou a jovem.

A associação «Vida Universitária» considera por isso que, quatro anos depois de ter sido promulgada a lei do aborto, é necessário voltar a discutir o assunto para «regulamentar agora a lei ou fazer um próximo referendo», cujo teor não quis especificar.

Ainda em menor número, alguns elementos da Associação pela Vida, igualmente vestidos de preto, empunhavam cartazes que assinalavam os abortos legais praticados no país desde a aprovação da lei.

Para António Pinheiro Torres, um dos responsáveis da associação e secretário-geral da Federação Pela Vida, é «dramático» que tenha havido «60 mil crianças que não chegaram a nascer, bebés com que nos poderíamos cruzar nas ruas».

A Associação pela Vida considera que se cumpriram «as piores previsões» e quer por isso voltar a discutir o assunto e ver a lei modificada, como é aliás igualmente «expresso por pessoas a favor do sim e que reconhecem que a lei como está não pode continuar».

Idealmente, António Pinheiro Torres defende que a lei não existisse, pois não pode conceber que «uma criança possa ser eliminada por os seus pais não terem meios para a poder sustentar».

Quanto ao problema do aborto clandestino que uma lei proibitiva acarreta, o responsável minimizou, afirmando que este tipo de aborto continua a existir, mesmo com a liberalização.

Sobre uma regulamentação da lei que já existe, António Torres, sugere que a mulher faça e veja uma ecografia antes de abortar, para saber exactamente o que se está a passar, e que o seu aconselhamento seja feito não apenas por pessoas favoráveis ao aborto, mas também por quem a confronte com a possibilidade oposta e lhe mostre as alternativas.
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