A23: «Culpas repartidas», diz advogado (fotos) - TVI

A23: «Culpas repartidas», diz advogado (fotos)

Reconstituição do acidente com autocarro na A23

Reconstituição do desastre que matou 17 pessoas foi realizada esta sexta-feira

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A reconstituição do desastre na auto-estrada A23, ocorrido em 2007 e que provocou 17 mortos, revelou esta sexta-feira que «ambos os condutores envolvidos contribuíram para o acidente», disse um dos advogados, informa a Lusa.

Os jornalistas assistiram à reconstituição, a algumas dezenas de metros, a partir de um perímetro montado pelas autoridades.

O advogado das vítimas, João Marcelo, magistrados e autoridades acompanharam a diligência de perto. «Vimos que o autocarro claramente invadiu a semi-faixa da esquerda e contribuiu para a atrapalhação da condutora do ligeiro», disse o causídico, o único que se dispôs a falar aos jornalistas.

«O autocarro ultrapassava o eixo da via em 20 centímetros e estava a 1,51 metros da faixa à direita, quando as regras dizem que se deve conduzir o mais à direita possível», precisou.

«Não digo que o ligeiro não tenha culpa, que não o pudesse ter evitado. O que digo é que ambos contribuíram para o acidente», refere o advogado, que defende a ideia que há culpas repartidas no processo.

A reconstituição decorreu entre as 11:00 e as 12:00, no local do sinistro, junto ao nó de Gardete (Vila Velha de Ródão). O juiz de instrução do Tribunal de Castelo Branco ordenou que um autocarro igual ao acidentado recuasse 26 metros a partir do local do primeiro embate do ligeiro, para perceber o que se passou uns segundos antes. Os pontos de referência foram marcados com recurso a GPS, para «garantir precisão», explicou fonte ligada ao processo.

Ao longo da manobra de recuo, feita por etapas e ao longo de vários minutos, as rodas da esquerda do autocarro pisaram o traço descontínuo que separa as duas faixas do sentido sul/norte, com o veículo a abeirar-se do espaço do outro veículo.

Apesar da proximidade do autocarro, o ligeiro cabia no espaço que restava, segundo se observou na reconstituição, que recorreu também a um carro idêntico.

Mas a aproximação, na opinião de João Marcelo, terá contribuído «para a atrapalhação da condutora do ligeiro, que por sua vez não teve unhas para manter o carro dentro do espaço que tinha».
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