Coronavírus: Governo “tranquilo” sobre avião chinês que aterrou em Ponta Delgada - TVI

Coronavírus: Governo “tranquilo” sobre avião chinês que aterrou em Ponta Delgada

  • HCL
  • 3 fev 2020, 18:57

Antes de chegar à Europa, a aeronave passou pelo Japão e, antes de rumar à Islândia, ainda pousou em Paris. Graça Freitas garantiu que os cidadãos chineses que aterraram nos arquipélago foram submetidos a um inquérito epidemiológico

A secretária regional da Saúde do Governo dos Açores manifestou-se esta segunda-feira “tranquila” com os procedimentos adotados na sequência do caso do avião privado chinês que aterrou em Ponta Delgada no sábado e abandonou já o arquipélago.

Maria Teresa Luciano, titular da pasta da Saúde, declarou aos jornalistas que a criação de uma unidade especifica na região para fazer face a eventuais casos de coronavírus não faz sentido "neste momento".

Segundo as autoridades de saúde, a Direção Regional de Saúde e a equipa que no terreno acompanha pormenorizadamente a situação, e uma vez que se está numa fase de contenção e mitigação, não faz sentido” criar a unidade, mas, se necessária, a seu tempo "será ativada”, sublinhou.

A secretária regional da Saúde falava aos jornalistas em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, após uma reunião com a direção da Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros.

Numa nota do gabinete de imprensa do Governo dos Açores esta segunda-feira divulgada, as autoridades de saúde pública regionais “reafirmam que não existe risco para a saúde pública, tendo em conta as orientações atualmente em vigor para definição de caso suspeito por infeção por novo coronavírus (2019-nCoV), relacionado com um voo particular que aterrou no sábado, 01 de fevereiro, no Aeroporto de Ponta Delgada”.

De acordo com as autoridades de saúde, a avaliação em causa “resulta não só da verificação da origem e escalas da aeronave em causa, mas, sobretudo, da verificação dos percursos dos passageiros e tripulantes nos últimos 14 dias”.

Segundo o plano de voo e os passaportes, “verificados presencialmente”, a aeronave “partiu de Hong Kong, a 25 de janeiro, com três passageiros a bordo, os quais residem em Hong Kong, e daí não se tinham ausentado nos 14 dias anteriores a esta viagem".

A aeronave fez, de seguida, uma escala em Tóquio, onde entraram os restantes oito passageiros, que residem no Japão e que “não se tinham ausentado nos 14 dias anteriores à viagem”, tendo-se verificado que “nenhum dos passageiros e tripulantes provém de Wuhan, na Província de Hubei, na China”.

O avião fez depois escala e paragem em Paris e na Islândia, "sem qualquer restrição à entrada e/ou à circulação da aeronave, dos passageiros ou dos tripulantes”, refere-se na nota de imprensa.

Segundo as autoridades, desde a data da chegada até esta segunda-feira, altura em que passageiros e tripulação “foram novamente avaliados”, estes “não apresentavam qualquer critério clínico para serem considerados sequer como casos suspeitos, tendo o voo saído hoje de manhã”.

Entretanto, o PPM dos Açores já fez saber que quer ouvir em sede de comissão parlamentar diversas entidades da região a propósito deste caso.

O partido chamou ao parlamento dos Açores a secretária regional dos Transportes e Obras Públicas, a secretária regional da Saúde e o coordenador do Gabinete de Apoio à Comunicação Social do executivo açoriano.

A audição de todos estes responsáveis tem como propósito o esclarecimento cabal referente à atuação das entidades regionais referenciadas no âmbito da falsificação de informação e possível favorecimento no caso do avião privado chinês que aterrou em Ponta Delgada, no dia 01 de fevereiro [sábado]", concretiza o PPM.

A China elevou esta segunda-feira para 362 mortos e mais de 17 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

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