Tempestade: aviso vermelho entre Lisboa e Viana - TVI

Tempestade: aviso vermelho entre Lisboa e Viana

Autoridades elevaram para o nível máximo o alerta de mau tempo para o continente, a partir de quinta-feira. A tempestade, que a Marinha compara à "Hércules" de 2014, vai chegar aos Açores, nesta quarta, com ondas esperadas de até 20 metros

O Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA) elevou para vermelho (o máximo) o nível de alerta para sete distritos do continente a partir de quinta-feira por causa da forte agitação marítima, uma tempestade que começa esta manhã a atingir os Açores.

Segundo o IPMA, estarão em aviso vermelho por causa da forte agitação marítima os distritos de Viana do Castelo, Porto, Braga, Aveiro, Coimbra, Leiria e Lisboa, todos a partir das 15:00 de quinta-feira.

Este aviso vermelho, de acordo com as informações disponibilizadas pelo IPMA, prolonga-se até final do dia de quinta-feira (23:59) e prevê ondas de noroeste com sete a oito metros de altura, podendo atingir um máximo de 12 a 14 metros.

A partir da tarde de quinta-feira estarão com aviso laranja (o segundo mais grave), também devido à agitação marítima, os distritos de Faro, Setúbal e Beja, com previsão de ondas de noroeste com cinco a sete de altura, podendo atingir um máximo os 10 a 12 metros. Este aviso prolonga-se até às 15:00 de sexta-feira.

Esta forte agitação marítima que vai atingir o continente a partir de quinta-feira, chega durante o dia de hoje aos Açores, que tem em aviso vermelho sete ilhas do arquipélago, com previsão de ondas até 20 metros de altura.

De acordo com a Marinha portuguesa, as condições adversas no mar são comparáveis à tempestade “Hércules”, que em 2014 provocou ondas de grande dimensão que atingiram primeiro os Açores e, posteriormente, Portugal continental.

Mais de 1.500 civis e militares da Marinha Portuguesa e da Autoridade Marítima Nacional vão estar envolvidos na monitorização, prevenção e salvamento durante a tempestade que vai atingir a costa portuguesa.

Segundo a Marinha, “o olho do furacão” vai passar hoje nos Açores, chegando a tempestade ao continente entre quinta e sexta-feira, com vagas de oito metros, e à Madeira, com vagas de seis metros.

Com a previsão de chegada da tempestade a Portugal continental, a Proteção Civil lançou na terça-feira um aviso à população, alertando para a possibilidade de cheias rápidas em meio urbano, inundações, estradas escorregadias e possível queda de árvores.

Na nota enviada à comunicação social, a Autoridade Nacional de Proteção Civil recomenda comportamentos e medidas preventivas, “em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis”, entre as quais a desobstrução de sistemas de escoamento de águas pluviais, não atravessar zonas inundadas, para evitar o arrastamento de pessoas e viaturas, uma condução defensiva, sobretudo em caso de neve ou formação de lençóis de água, e a fixação de estruturas soltas, como andaimes. A Proteção Civil desaconselha ainda a circulação e permanência junto a zonas arborizadas, junto à zona costeira, e apela a que não se pratique qualquer atividade relacionada com o mar.

Sem danos nos Açores

O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil dos Açores disse hoje que não há registo de danos na sequência do agravamento do estado do tempo na região e garantiu que todos os meios operacionais estão em alerta.

“Até ao momento não se registaram quaisquer danos nem estragos provocados por esta depressão”, afirmou, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Carlos Neves, numa conferência de imprensa pelas 11:00 locais (mais uma hora em Lisboa).

Segundo a delegação regional dos Açores do IPMA, “uma depressão frontal, a noroeste do arquipélago, com deslocamento para leste, deverá provocar aumento da intensidade do vento e da agitação marítima, inicialmente no grupo ocidental, estendendo-se depois aos restantes grupos”.

Segundo Carlos Neves, àquela hora “o grupo que está a ser afetado” é o ocidental, sobretudo a ilha do Corvo, onde o IPMA registou às 09:00 locais (mais uma hora em Lisboa) uma rajada de vento de 112 quilómetros/hora.

“A ilha das Flores, embora esteja a ser afetada, já não está a sofrer ventos de tanta intensidade”, referiu o responsável, explicando que as rajadas de vento não ultrapassaram neste caso os 100 km/h.

Carlos Neves adiantou que a Proteção Civil regional tem estado em contacto com os presidentes das câmaras das ilhas do Corvo e das Flores, que transmitiram o funcionamento normal das instituições e a ausência de estragos.

Adiantando que a depressão vai atingir o grupo central a partir das 15:00, primeiro com a intensidade do vento e, ao início da noite, com a agitação marítima, o comandante da Proteção Civil esclareceu ser de esperar que “a depressão nessa altura já não esteja tão forte e que a intensidade do vento e agitação marítima sejam muito mais fracas que no grupo ocidental”.

Ainda assim, neste grupo central, a Graciosa deverá ser a ilha “mais fustigada”, mas “não tanto como as ilhas das Flores e Corvo”.

Já no início da próxima madrugada, a depressão irá afetar o grupo oriental – Santa Maria e São Miguel – que não têm avisos meteorológicos para vento.

O presidente da Proteção Civil dos Açores assinalou, ainda, que “a agitação marítima e os ventos são de norte”, pelo que “serão mais fustigadas as costas norte das ilhas”.

“Os meios operacionais estão todos em alerta. Temos estado a contactar os serviços municipais de Proteção Civil. Os corpos de bombeiros estão todos em alerta, prontos para atuar em caso de necessidade de defesa dos bens e pessoas”, acrescentou.

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