Regresso à escola: pediatras apoiam, em nome da saúde das crianças - TVI

Regresso à escola: pediatras apoiam, em nome da saúde das crianças

  • ALM
  • 29 ago 2020, 18:22
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Sociedade Portuguesa de Pediatria apela ao comportamento responsável dos adultos

O início do ano escolar 2020 está a bater à porta e desta vez, mesmo com o Covid-19 sem fim à vista, as escolas vão abrir para dar lugar às aulas presenciais.

O primeiro-ministro, António Costa, embora usando outras palavras, foi claro: as aulas têm de ser presenciais porque os pais têm de ir trabalhar, numa economia que não pode ficar mais tempo parada sob risco de haver mais famílias em dificuldades.

A Socidade Portuguesa de Pediatria (SPP) foi uma das entidades que já se manifestou a favor do regresso à escola em comum do bem estar das crianças e como o exemplo vem sempre de cima, apela, sobretudo aos pais.

Para proteção de todos, o mais importante continua a ser o comportamento responsável dos adultos, na escola mas também na comunidade, com cumprimento estrito das normas de distanciamento social físico e de higienização recomendadas, o isolamento precoce de casos sintomáticos e o rastreio rápido dos contactos”, diz a SPP em comunicado.

A instituição está consciente que este é um momento de “preocupação para pais, crianças, educadores, professores e profissionais de saúde, que procuram certezas num mundo em que as informações mudam rapidamente.” E que, embora contrariamente à grande maioria das infeções víricas, a infeção pelo novo coronavirus SARS-CoV-2 tem causado doença menos grave em idade pediátrica do que no adulto, os pais continuam a sentir angústia no regresso à escola.

Mas alerta no comunicado que os pais também devem ter em conta que “a interrupção das atividades escolares e extra-escolares ditada pelo confinamento teve grande impacto na saúde das crianças, a nível da aprendizagem, da socialização e da saúde mental.”

“As crianças, sobretudo as do 1o ciclo, sentiram insatisfação com as novas modalidades de ensino por videoconferência, dificuldades de concentração e na realização de tarefas, e saudades da escola e dos colegas. As dificuldades de acesso a meios informáticos veio acentuar ainda mais as diferenças nas crianças mais desfavorecidas. O apoio a crianças com necessidades educativas especiais foi escasso. Crianças com doença crónica complexa ficaram privadas das diferentes terapias de que beneficiavam em ambiente escolar, o que contribuiu, em muitos casos, para a regressão da condição de base”, enumera do comunicado.

Acresce que “a escola deixou de ser o espaço para brincar, processo essencial ao desenvolvimento infantil, e o espaço seguro, onde existe alimento e ternura, tão necessários em alguns casos. Foi exigido enorme esforço às famílias na conciliação entre o trabalho e a vida familiar, que não se poderá prolongar no tempo.”

“São todas fortes razões para que se retome o ensino presencial”, defende.

 

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