Madeira enviou para o Brasil equipamento radioativo para esterilizar mosquitos do Zika - TVI

Madeira enviou para o Brasil equipamento radioativo para esterilizar mosquitos do Zika

  • 12 dez 2018, 15:58
Mosquito Aedes Aegypti

Operação foi realizada com "discrição" e supervisionada pela Agência Internacional de Energia Atómica. Irradiador nuclear já está no Brasil para ajudar a controlar mosquito que propaga vírus Zika

Um equipamento de esterilização de insetos por radioatividade para ser usado no combate ao vírus Zika foi cedido pela Madeira ao Brasil, numa operação realizada com "discrição" no arquipélago, segundo o Governo Regional.

O anúncio sobre a cedência do equipamento, já concretizada, foi feito pelo executivo há dois anos.

Era uma preocupação que tinha permanente com aquele tipo de equipamento aqui na região e ficou desta forma resolvido e cumprido um protocolo que fizemos através da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA)”, afirmou o secretário Regional da Agricultura e Pescas, Humberto Vasconcelos.

O governante explicou que a região só foi responsável pela gestão do equipamento enquanto esteve numa fábrica desativada da Camacha, no concelho de Santa Cruz, num processo acompanhado pelos técnicos da AIEA.

Todo este trabalho, sublinhou, foi “coordenado e feito com alguma discrição devido à radioatividade".

Monitorização constante

O equipamento fez parte da atividade da Biofábrica, desativada há uns anos, e obrigava agora a uma monitorização constante, constituindo uma preocupação para as autoridades regionais, já que continha uma fonte de cobalto-60 (elemento radioativo sintético).

Todo o processo estava combinado com a AIEA, pela qual foi feito todo o transporte da fonte radioativa e, neste momento, ela encontra-se já nos arredores de São Paulo”, disse Humberto Vasconcelos, explicando que o transporte decorre numa cápsula de chumbo.

O equipamento - um irradiador Nordion Gammacell 220 - foi cedido ao Brasil e agora será usado na Biofábrica Moscamed Brasil, em Juazeiro, no estado da Baía, uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, de interesse coletivo, recentemente associada ao controlo da população do mosquito ‘Aedes aegypti’.

A Biofábrica começou a funcionar em 1995 e tinha como principal objetivo erradicar uma praga da mosca do Mediterrâneo (Ceratitis capitata), por esterilização. O projeto decorreu até 2011, altura em que o ex-secretário regional com o pelouro decidiu encerrar a unidade.

O projeto de reaproveitamento da Biofábrica deverá agora passar por uma estação de quarentena de produtos que entrem na região e precisem de ser analisados, pela criação de um armazém de economato da Secretaria Regional da Agricultura e Pescas e ainda por uma pequena cidraria.

O transporte terá custado cerca de 200 mil euros.

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