Apanhado no aeroporto com 15 quilos de meixão vivo na mala - TVI

Apanhado no aeroporto com 15 quilos de meixão vivo na mala

  • AM
  • 23 mar 2019, 10:07
Meixão apreendido

Homem foi detido no Aeroporto de Lisboa

Um homem de nacionalidade estrangeira, com 32 anos, foi detido no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, na posse de 15 quilogramas de meixão vivo – enguia em larva – acondicionadas em duas malas de viagem, anunciou a PSP.

Em comunicado, o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa (COMETLIS) explica que a detenção aconteceu na quinta-feira, pelas 16:00, na sequência de uma operação policial no âmbito do combate ao crime de danos contra a natureza realizada pela Divisão de Segurança Aeroportuária.

Os 15 quilogramas de meixão, uma espécie protegida pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), encontravam-se acondicionados dentro de duas malas de viagem, preparadas para seguir para o estrangeiro.

O valor aproximado da apreensão foi estimado pelas autoridades, na fase de destino do seu no ciclo económico, ou seja, no recetor final, em aproximadamente 95.745 euros.

Dado ser determinante que o meixão chegue vivo ao destino, as enguias-bebé estavam acondicionadas em água e protegidas com películas térmicas, de forma a permitir que a temperatura se mantivesse estável durante todo o percurso da viagem.

O meixão apreendido foi devolvido ao seu habitat natural, o rio Tejo, pelas equipas de Proteção Ambiental do COMETLIS e o detido foi presente a Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, tendo-lhe sido aplicado termo de identidade e residência como medida de coação.

De acordo com as autoridades, em Portugal, a captura de meixão apenas é possível no Rio Minho, estando sujeita a forte regulamentação pela legislação das pescas, nomeadamente registo dos pescadores locais na Capitania do Porto de Caminha, sendo que a detenção e comercialização subsequentes dependem ainda de certificado comunitário, emitido pelo ICNF, na qualidade de autoridade administrativa CITES.

Segundo as autoridades, uma vez no destino, o meixão tem, sobretudo, dois aproveitamentos: o culinário, em pratos gourmet apreciados, principalmente no Japão, onde os restaurantes chegam a pagar 20 mil euros por quilo, e a criação de enguias, a partir destas enguias-bebé contrabandeadas.

O meixão é, ainda, libertado em arrozais, onde cresce e engorda comendo os parasitas daquelas culturas. Dessa forma, não só ajuda na produção de arroz, como acaba – já em fase adulta – por ser comercializado em toda a Ásia e até exportado de volta para a Europa.

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