Falando à saída do tribunal, o adepto encarnado José Magalhães - que assistiu no Estádio D. Afonso Henriques, na companhia do pai e dos dois filhos, à conquista do bicampeonato de futebol da I Liga pelo Benfica - negou ter "insultado ou cuspido" o comandante da investigação criminal de Guimarães, Filipe Silva.
Segundo o auto da detenção da PSP de Guimarães, citado pelo jornal Expresso, o homem injuriou o subcomissário envolvido nas agressões, ameaçou-o e cuspiu-lhe na cara, adotando um comportamento sempre hostil.
Na versão de José Magalhães, o incidente deu-se após ter abandonado o estádio para fugir do ambiente de fumo e de agitação que se vivia nas bancadas após o final da partida.
"Com os meus filhos a darem sinais de perturbação e de desidratação, dirigi-me para a saída do estádio onde quatro agentes, que estavam do lado de fora, me trataram de forma afável e compreensiva - a mim, aos meus dois filhos e, posteriormente, ao meu pai, quando lhes disse ser o avô deles", disse.
"Já no exterior, uma senhora, percebendo que o meu filho estava mal, ofereceu uma garrafa de água, após o que aquele agente se dirigiu a mim a perguntar o que se passava, por que estava ali e porque saíra de lá de dentro. Quando estava a explicar-lhe o que se passava dentro do estádio, ele veio para cima de mim à bastonada. E o pânico foi geral. Vi-o a bater no meu pai, ficando os miúdos numa aflição geral", acrescentou.
Negando ter cometido alguma injúria para com o graduado da força policial, José Magalhães, que se apresentou no tribunal acompanhado pela advogada Sónia Carneiro, afirmou sentir-se "muito preocupado por essas acusações surgirem do interior da PSP".
"Não me posso acobardar perante tamanha injustiça", sublinhou José Magalhães, a quem apenas interessa "divulgar o que acontecer".
O Ministério Público determinou já a abertura de um inquérito de investigação criminal a este caso, que foi registado em vídeo.
Quanto ao agente que se vê nas imagens a consumar a agressão, a PSP revelou que lhe vai mover um processo disciplinar. O próprio Ministério da Administração Interna já tinha anunciado a abertura de um inquérito às agressões em Guimarães.