Médicos dizem ter sido sequestrados e agredidos na urgência. Hospital de Setubal nega - TVI

Médicos dizem ter sido sequestrados e agredidos na urgência. Hospital de Setubal nega

  • AM - Notícia atualizada às 12:10
  • 3 jan 2020, 09:02

Unidade hospitalar nega agressões físicas aos médicos, dizendo que o que aconteceu foi um episódio de agressões verbais que foi resolvido no momento

Um casal de médicos diz ter sido sequestrado e agredido por um doente na urgência do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, ainda que a unidade hospitalar garanta em comunicado que tudo não passou de um episódio de troca de insultos. 

"Um doente que aguardava ser atendido no Serviço de Urgência Geral exaltou-se verbalmente, contudo a situação foi resolvida pelos profissionais que se encontravam de serviço, sem registo de agressão", referiu, em comunicado, o Centro Hospitalar de Setúbal, que integra o Hospital de São Bernardo, onde ocorreu o incidente, cerca das 20:00 do passado dia 31 de dezembro.

Contactada pela Lusa, a PSP de Setúbal confirmou que foi chamada a intervir por um vigilante do Hospital São Bernardo e adiantou que o agente policial teve de partir o vidro da porta para conseguir entrar no gabinete médico, que se encontrava fechado, e “separar os intervenientes”, dois médicos e um utente.

De acordo com o departamento de Relações Públicas do Comando Distrital de Setúbal da PSP, foram recolhidos depoimentos contraditórios dos intervenientes, pelo que, naquele momento, não foi possível determinar quem terá fechado a porta do gabinete médico ou se terá havido agressões.

Segundo outra fonte policial, o utente ter-se-á mostrado agastado com a demora no atendimento, porque a médica em causa terá estado algum tempo ao telefone.

A médica, apercebendo-se do descontentamento do paciente, terá pedido o apoio de outro médico de serviço.

O utente queixou-se de que este clínico fechou a porta do gabinete e o empurrou, fazendo-o cair ao chão, mas esta versão foi negada pelo médico, que alegou ter apenas afastado o doente por o seu comportamento indicar que iria agredir a colega, sua mulher.

A PSP recolheu os testemunhos contraditórios das partes e remeteu o caso para o Ministério Público.

 

As agressões aconteceram no mesmo dia em que um médico foi agredido por um paciente no Centro de Saúde de Moscavide, em Lisboa, depois de recusar passar uma baixa. Este mesmo paciente voltou a provocar desacatos, esta quinta-feira, no Unidade de Saúde Familiar do Prior Velho porque o médico de família recusou justificar-lhe as faltas ao trabalho.

Também na semana passada foi tornado público o caso de outra agressão a uma médica no Hospital de Setúbal.

Mais de 600 incidentes de violência contra profissionais de saúde foram registados nos primeiros seis meses de 2019, sendo que a maioria das notificações respeitam a assédio moral ou violência verbal.

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