Juíza e procuradora agredidas por mãe de criança durante audiência - TVI

Juíza e procuradora agredidas por mãe de criança durante audiência

  • Inês Pereira
  • Sofia Fernandes
  • Notícia atualizada às 18:20
  • 15 jan 2020, 16:07

Mulher também arranhou a procuradora do Ministério Público e destruiu tudo o que conseguiu no gabinete do Tribunal de Família e Menores de Matosinhos

Uma juíza do Tribunal de Família e Menores da Matosinhos foi, esta quarta-feira, agredida a soco pela mãe de uma criança durante uma audiência.

A TVI sabe que a mulher também arranhou a procuradora do Ministério Público e destruiu tudo o que conseguiu no gabinete.

Ao retirar-se do gabinete, foi abordada por uma magistrada do Ministério Público que foi também agredida com arranhões na face", disse Maximiano Vale, responsável da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, em declarações à TVI.

As agressões aconteceram esta manhã, durante uma sessão de regulação dos deveres paternais, não se sabendo ao certo as motivações para o espisódio de violência.

O motivo da discordância desconheço qual seja. A informação que tenho é de que a juíza a terá informado de que não a poderia interromper, ou algo deste género, e a resposta foi de agressividade", explicou o responsável sindical. 

A juíza terá ficado com ferimentos ligeiros no rosto, mas não houve necessidade de assistência hospitalar.

A agressora foi de imediato detida e aguarda para ser presente a juiz de instrução para primeiro interrogatório judicial.

Na sala estavam o pai da criança e os avós, que ficaram com a guarda da menor. 

Associação Sindical dos Juízes receia que situações de violência se banalizem

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses receia que situações de violência se "banalizem" porque "a generalidade dos tribunais carece de segurança", disse o secretário da direção regional do Norte.

A associação sindical tem vindo a alertar há já vários anos para problemas de falta de condições de segurança nos tribunais. A generalidade dos tribunais não dispõe de policiamento, não dispõe de botões de pânico ou detetores de metais", descreveu à agência Lusa Maximiano Vale.

 

Há tribunais que pontualmente dispõem dessas ferramentas [de segurança], mas a maioria não. Isto é algo transversal não só à justiça, mas, como temos assistido recentemente, às áreas da saúde e da educação. Os serviços públicos que prestam serviços de relevância muitas vezes lidam com interesses que podem gerar situações conflituantes. Impõe-se uma atenção especial de todos para evitar que estas situações se banalizem", disse Maximiano Vale.

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