Agricultores manifestam-se em Lisboa no dia 26 - TVI

Agricultores manifestam-se em Lisboa no dia 26

Protesto dos agricultores no Fundão

CNA espera mobilizar 5 mil num protesto contra a situação no sector, que atravessa «a pior crise dos últimos 30 anos»

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Agricultores de todo o país concentram-se dia 26 de Março em Lisboa, numa «grande manifestação», em protesto contra a situação no sector, que atravessa «a pior crise dos últimos 30 anos». O anúncio foi feito esta sexta-feira pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e é noticiado pela agência Lusa.

Em conferência de imprensa, a CNA disse esperar que sejam mobilizadas «mais de cinco mil» pessoas, num protesto que começa ao início da tarde no Parque Eduardo VII, com passagens pela Assembleia da República e pela residência oficial do primeiro-ministro.

Berta Santos, dirigente nacional da organização, apelou à população de Lisboa para se juntar aos protestos dos agricultores, «porque a agricultura e a alimentação têm a ver com todos».

«Que se associem pelo direito dos portugueses a uma alimentação saudável e acessível», sublinhou.

Berta Santos referiu que, apesar de os factores de produção terem vindo a aumentar, os agricultores sentem dificuldades de escoamento e vêem baixar os preços dos produtos, alguns 30% no último ano, como o azeite, e «quando o consumidor os vai comprar compra-os em alta».

«É neste contexto muito difícil que o Ministério da Agricultura e o Governo desenvolvem uma campanha intensa de propaganda e de publicidade enganosa, procurando confundir a opinião pública e vira-la contra os agricultores e as organizações agrícolas», afirmou João Dinis, igualmente dirigente nacional da CNA.

O mesmo dirigente acrescenta que nessa «propaganda dos milhões que o Ministério está a divulgar, com publicidade enganosa paga pelo erário público nos órgãos de comunicação social, nessa verba pretensamente distribuída quase 104 milhões de euros são para serviços e iniciativa do próprio Ministério da Agricultura».

João Dinis realça que «da verba total propagandeada, mais de 700 milhões de euros vão para o bolso de menos de 2 mil grandes proprietários e grande agro-indústria e mesmo sem a obrigatoriedade destes produzirem bens alimentares».

O aumento do subsídio do gasóleo agrícola e a reposição da ajuda à «electricidade verde» são reivindicações da Confederação Nacional da Agricultura, que reclama ainda uma intervenção do Estado no combate à «especulação com os preços das rações, adubos e pesticidas» e isenções temporárias, enquanto persistir a crise, do pagamento das contribuições para a Segurança Social.
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