Dois terços do país em situação de «seca fraca» - TVI

Dois terços do país em situação de «seca fraca»

  • Portugal Diário
  • 7 nov 2007, 11:16

Elevadas temperaturas e falta de chuva limitam exploração hidroeléctrica

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Dois terços do território português estão em situação de seca fraca desde Outubro, devido às elevadas temperaturas para a época e à falta de chuva, o que já obrigou a limitar a exploração hidroeléctrica de algumas barragens, refere a Lusa.

«Houve um alargamento da área em situação de seca fraca, que atingia no final do mês de Outubro dois terços do território», disse Luís Filipe Nunes, responsável pela divisão de observação meteorológica e do clima do Instituto de Meteorologia (IM).

O mesmo não acontecia no mês anterior, já que a 30 de Setembro quase todo o território estava em situação normal (76 por cento) e apenas parte do interior do Alentejo em situação de seca fraca (16 por cento).

O passado mês de Outubro foi o mais seco deste século e o segundo mais seco dos últimos dezoito anos, com uma precipitação de apenas 35,4 milímetros, bastante inferior à média (92,5 milímetros) registada entre a década de 40 e 1998.

A falta de chuva não se reflecte ainda no nível das albufeiras, segundo o Instituto da Água (INAG), e só poderá eventualmente reflectir-se na Primavera ou Verão do próximo ano se Portugal continuar sem chuva.

«Existe sempre um desfasamento [de tempo] entre os valores meteorológicos e hidrológicos. Em termos globais, a situação das albufeiras é quase a normal, mas já obrigou a intervenções pontuais em algumas barragens», afirmou o presidente do INAG, Orlando Borges.

Os dados do INAG, relativos ao mês de Outubro, indicam que, das 57 albufeiras monitorizadas pelo Instituto, nove tinham disponibilidades de água superiores a 80 por cento da sua capacidade e dez inferiores a 40 por cento.

Os níveis mais baixos verificavam-se nas albufeiras do Arade (com apenas 36,2 por cento de disponibilidade hídrica face a uma média de 38,2 no período 1990/2000) e do Lima (com 37,2 contra uma média de 58,2 por cento).

No entanto, os armazenamentos das bacias em Outubro deste ano foram «superiores às médias» de armazenamento do mesmo mês, excepto nas bacias do Lima, Ave, Mondego e Arade, pelo que Orlando Borges minimiza a situação, frisando estar-se «muito longe de poder falar de uma situação de seca» hidrológica.

Mas a manter-se a falta de chuva, que está prevista para os próximos dias, a situação de seca meteorológica pode agravar-se.

«Para não haver um agravamento, era preciso que a precipitação no mês de Novembro fosse superior ao normal», explicou Luís Filipe Nunes.
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