Pedro Dias ouvido em tribunal na quinta-feira de manhã - TVI

Pedro Dias ouvido em tribunal na quinta-feira de manhã

Suspeito do duplo homicídio em Aguiar da Beira é presente a um juiz no Tribunal da Guarda, às 10:00 de quinta-feira. Será o primeiro interrogatório judicial ao fugitivo, que antes de se entregar ainda telefonou para a mulher

A advogada do homem de 44 anos, que esteve quatro semanas fugido e se entregou na passada terça-feira, confirmou a hora da primeira audição em tribunal de Pedro Dias: dez horas da manhã, de quinta-feira, 10 de novembro.

A presença perante um juiz de instrução criminal ocorre 30 dias após os crimes de 11 de outubro em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, dos quais Pedro Dias é o principal suspeito, tendo sido alvo de um mandado de captura internacional.

Após quatro semanas a monte, Pedro Dias entregou-se na terça-feira à noite, em Arouca e na presença de jornalistas. Antes de ser algemado, ainda falou para a mulher, mãe do seu filho de dez meses.

Um bilhete para se entregar

De acordo com a página na internet do Diário de Coimbra, que tinha um jornalista presente no local e no momento da detenção, o suspeito de dois homicídios "negou os crimes e justificou a fuga com o receio de ser “abatido”".


Passavam cerca de 20 minutos das 21 horas, quando Mónica Quintela, defensora de Pedro Dias, ligou ao director nacional da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, para lhe anunciar a intenção de entregar o suspeito. Pouco antes das 22 horas, dois inspectores da Polícia Judiciária entravam na casa de uma amiga da família e num ambiente de perfeita tranquilidade revistaram e algemaram Pedro Dias", escreve o jornal.

Antes de seguir para as instalações da Polícia Judiciária na Guarda, o suspeito "teve ainda tempo de fazer um telefonema para a sua mulher, mãe de um filho de 10 meses".

De acordo com o que contou antes de ser detido, Pedro Dias terá deixado "um recado em papel, há alguns dias, na casa de uma familiar, em Arouca. Sabia que uma pessoa que lhe é muito próxima costumava lá ir e foi assim que conseguiu comunicar".

Nesse papel marcava a hora e o dia: terça-feira, dia 11, às 19 horas. A sua principal preocupação era garantir a sua segurança", conta o Diário de Coimbra.

Sobre os acontecimentos de 11 de outubro em Aguiar da Beira, o suspeito terá afirmado estar inocente. Remeteu para o soldado da Guarda que sobreviveu os esclarecimentos sobre o que se passou e "disse que às 9 horas da manhã daquele dia ia a caminho de casa, quando recebeu uma chamada de um militar da GNR dizendo que corria risco de vida", como refere o jornal.

Quatro semanas a monte

Nos 29 dias em que esteve a monte, o suspeito conta que o fez porque terá sido "recebido a tiro na Serra da Freita". Sobreviveu a "comer frutos secos, ouvir alguma rádio, tomar banho nos rios", assegurando que atravessou mesmo a nado o Douro.

Desde o primeiro dia que disse à minha família que me queria entregar às autoridades. Mas, quando cheguei à Serra da Freita, fui recebido com uma salva de tiros de G3. Fui perseguido como um animal e chegaram a atirar a um metro de onde estava”, descreveu Pedro Dias ao jornalista.

No relato que terá feito antes da detenção na terça-feira à noite, Pedro Dias garantiu que sobreviveu pela “muita vontade de viver” e “amar” os filhos, “nem que seja enclausurado”.

Detenção à noite

Terça-feira à noite, o suspeito foi levado para as instalações da Guarda da Polícia Judiciária, onde chegou cerca da meia-noite. Daí, recolheu ao Estabelecimento Prisional daquela cidade, cerca das 3:00 da madrigada de quarta-feira, onde vai permanecer até ser ouvido pelo Tribunal, na quinta-feira.

Segundo os advogados que representam o detido - Mónica Quintela e Rui Silva Leal -, na Judiciária foi sujeito a questões processuais, como a constituição como arguido, a leitura dos deveres e dos direitos e "todas as formalidades próprias para este caso".

Os advogados adiantaram na quarta-feira à Agência Lusa que vão estar presentes no primeiro interrogatório judicial de arguido detido.

A Polícia Judiciária da Guarda adiantou em comunicado que o detido é suspeito da autoria de cinco crimes de homicídio qualificado, três dos quais na forma tentada, dois crimes de sequestro, pelo menos dois de roubo e um crime de furto, entre outros, ocorridos desde o dia 11 de outubro e o dia de terça-feira, nas localidades de Aguiar da Beira, Arouca (Aveiro) e Vila Real.

No âmbito das investigações, a PJ também constituiu arguida uma mulher, de 61 anos, sobre a qual recaem "fundadas suspeitas de favorecimento pessoal" ao detido.

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