Pedro Dias terá cometido os crimes de Aguiar da Beira para encobrir um outro crime, o furto a um armazém de ração para gado, que terá cometido em 2010, em Leiria. Estas serão as suspeitas da Polícia Judiciária, segundo noticia o jornal i, na edição desta terça-feira.
Há seis anos, durante o furto a um armazém de Leiria, a GNR terá sido alertada por uma testemunha que se apercebeu da situação e, quando chegou ao local, foi recebida com vários disparos. Pedro Dias terá sido o autor deste crime e terá usado, na altura, a mesma carrinha a que recorreu para iniciar a fuga em Aguiar da Beira. O processo de Leiria acabou arquivado por falta de provas.
Ora, segundo o i, a polícia acredita agora que, em outubro, Pedro Dias terá disparado sobre os militares da GNR para esconder a arma que usou para assaltar o armazém, em 2010.
Isto porque uma análise ao projétil que matou um dos militares da GNR, em Aguiar da Beira, revelou que este era igual à arma usada para atacar a GNR em Leiria - os invólucros recolhidos há seis anos estavam na base de dados da polícia.
Por este motivo, o processo de Leiria será agora reaberto e apensado à investigação principal, em que Pedro Dias pode ser acusado de tentativa de homicídio dos agentes.
Mais, de acordo com o i, o suspeito terá deixado cartas à família, confessando a autoria das mortes e pedindo desculpas aos pais e à companheira pelo que fez. Foram também encontradas folhas com a sua assinatura, que teriam o propósito de acautelar algumas transferências de bens.
Este material terá sido remetido para o Laboratório de Polícia Criminal para que seja comparado com a escrita do suspeito, a quem a polícia pediu a recolha de autógrafos e ADN.
Pedro Dias é o principal suspeito de ter matado duas pessoas em Aguiar da Beira, um deles um militar da GNR, e de ter ferido outras duas a 11 de outubro. Entregou-se às autoridades a 8 de novembro, depois de ter estado 28 dias em fuga e está em prisão preventiva.