Bruno de Carvalho disse que "nós nem sabíamos o que estava a ser preparado” - TVI

Bruno de Carvalho disse que "nós nem sabíamos o que estava a ser preparado”

O preparador físico Márcio Sampaio foi ouvido esta segunda-feira de manhã, na 16.ª sessão do julgamento à invasão da Academia do Sporting

O preparador físico Márcio Sampaio afirmou que na reunião com Bruno de Carvalho, na véspera da invasão à Academia do Sporting, o então presidente do clube disse aos técnicos leoninos que tinha estado à conversa com Fernando Mendes, da claque Juventude Leonina, e que eles nem sabiam "o que estava a ser preparado". Márcio Sampaio foi ouvido esta segunda-feira de manhã, na 16.ª sessão do julgamento à invasão da academia, localizada em Alcochete.

[Bruno de Carvalho] Disse que tinha estado até às tantas da manhã a falar com o Fernando Mendes, que nós nem sabíamos o que estava a ser preparado.”

Márcio Sampaio contou que quando viu um grupo de pessoas a entrar na academia se lembrou logo dessa frase. "Quando vi as pessoas a entrarem na academia lembrei-me logo dessa frase.” 

Segundo o preparador físico, o antigo presidente do Sporting disse também que o líder da claque leonina queria a morada do jogador Acūna.

Questionado sobre o que é que Bruno de Carvalho quis dizer com ‘vocês nem sabem o que é que estava a ser preparado’, Márcio Sampaio acreditou que o então presidente do Sporting tinha “supostamente desmontado” algo que estava a ser planeado pelos adeptos

A reunião decorreu em 14 de maio de 2018, no dia seguinte à derrota do Sporting contra o Marítimo por 2-1, que significou a perda do segundo lugar do campeonato para o Benfica e levou à troca de palavras entre jogadores e elementos da claque Juventude Leonina, primeiro no relvado, após o jogo, e depois no Aeroporto do Funchal..

Márcio Sampaio descreveu essa reunião entre Bruno de Carvalho, outros três administradores e a equipa técnica como "surreal"."Foi uma reunião surreal por causa das coisas que foram ditas”, vincou.

“O presidente disse que era o fim da linha, que não havia condições para continuarmos a treinar o Sporting, justificou porquê e falou do jogo da Madeira", acrescentou.

De acordo com o preparador físico, Bruno de Carvalho pediu aos técnicos para marcarem o treino para a tarde para dar tempo de tratar das coisas relativas à rescisão.

Se de manhã não receberem nenhuma carta apareçam no treino à tarde porque eu estou a ser vosso amigo e se não rescindirem é melhor irem ao treino", terá dito Bruno de Carvalho, citado por Márcio Sampaio.

Márcio Sampaio contou que estava no ginásio quando começou a estranhar a entrada de pessoas na Academia, relatando ter visto depois lesões em vários profissionais do clube.

Não cheguei a entrar no balneário. O corredor já estava cheio de gente quando me aproximei e quando estou a entrar já estavam a sair e a dizer 'isto correu mal vamos embora'”, frisou.

"Houve alguém que disse: 'Não ganhem domingo e vão ver'", acrescentou. 

Após o ataque, o preparador físico afirmou que Bruno de Carvalho chegou à academia na companhia do então diretor desportivo André Geraldes.

“Eles chegaram, dirigiram-se ao balneário e os jogadores saíram. Perguntou ‘o que é que tinha acontecido’ e eu respondi: ‘é isto o que está aqui a ver’, e saí”, descreveu Márcio Sampaio.

O preparador físico admitiu “medo e receio”, sobretudo nos dias seguintes, pois não sabiam quem eram as pessoas encapuzadas que os atacaram “no local de trabalho”, as quais sabiam, por seu lado, quem eram os profissionais do Sporting.

Da parte da manhã, estava prevista a inquirição do futebolista André Pinto, que pediu ao tribunal para testemunhar na manhã de 8 de janeiro.

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