Freeport vai investir em novo projecto

O director executivo do grupo Freeport, Iestyn Roberts, afirmou esta sexta-feira ter sido aconselhado pela Câmara de Alcochete no sentido do centro comercial funcionar sem licença de funcionamento, apenas com uma licença de construção. A notícia foi avançada pela agência Lusa.

O responsável afirmou que o Freeport, o maior outlet da Europa, espera ter licença de funcionamento após as obras de requalificação do centro comercial, que estão em curso, e sublinhou contar com «a colaboração total do presidente da Câmara».

Referindo-se ao processo de licenciamento, Iestyn Roberts argumentou: «É como as coisas funcionam em Portugal. Não é uma crítica, mas é assim que funcionam. O Colombo demorou oito anos a ter licença».

Em declarações quinta-feira à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Luís Franco, adiantou que a licença de construção do Freeport foi prorrogada devido a um conjunto de alterações no espaço que a administração pretende realizar.

O director executivo do grupo Freeport afastou esta sexta-feira o cenário de falência do centro comercial, frisando que é mais rentável que os dois outros centros comerciais que a empresa possui na República Checa e Suécia.

«O facto de pedirem a falência não quer dizer que a empresa vá à falência», afirmou, referindo-se ao pedido que lojistas do Freeport admitiram poder vir a fazer.

O director executivo admitiu também que a restauração do Freeport «está a negociar abaixo da performance geral do centro», mas conta que com a reabertura dos cinemas a situação seja corrigida.

Iestyn Roberts desvalorizou, também, a representatividade da associação dos lojistas, sublinhando que «a esmagadora maioria dos comerciantes está satisfeita».

Lojistas querem solução

Entretanto, a Associação de lojistas do Freeport demarcou-se, esta sexta-feira, das posições assumidas pelos proprietários de algumas lojas, que admitem pedir a insolvência do empreendimento comercial, mas defende a necessidade de «mais animação e de reabertura dos cinemas».

«O centro comercial Freeport parece uma cidade fantasma», afirmou o presidente da Associação de Lojistas, José Geada, que disse representar a grande maioria dos comerciantes do «outlet».

O presidente da Associação de Lojistas garantiu que os comerciantes, na sua grande maioria, estão apostados em viabilizar o empreendimento e não tencionam pedir a insolvência da Freeport, embora reconhecendo que muitos lojistas se consideram «enganados».

O presidente da Câmara de Alcochete, Luís Franco, mostrou-se satisfeito com a disponibilidade dos comerciantes para procurarem soluções e afirmou-se convicto de que o Freeport continua a ser um «empreendimento com sustentabilidade económica e sucesso financeiro».