Gripe suína «não se transmite pela carne» - TVI

Gripe suína «não se transmite pela carne»

Carne

Lembram criadores de porco alentejano que dizem estar «tranquilos»

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As associações representativas dos criadores de porco alentejano mostraram esta terça-feira «tranquilidade» quanto a eventuais impactos da gripe suína no sector e garantiram que o vírus «não se transmite através do consumo de carne de suíno».

«Esta doença não se transmite pelo consumo da carne de porco, nem através do consumo de produtos transformados, como os enchidos ou presuntos», assegurou à agência Lusa Pedro Bento, presidente da Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano (ANCPA).

Portuguesas não estão infectadas

Por isso, acrescentou o mesmo responsável, da óptica do consumidor, «não existe seguramente qualquer problema», o mesmo acontecendo do lado da produção desta raça de suínos, produzida em regime extensivo (no campo) e engordada em montado de azinho e sobro.

«Nos nossos efectivos, não existe qualquer caso reportado de gripe suína nos animais, pelo que também não é um problema em termos da sanidade das nossas explorações», disse.

Daí que o presidente da ANCPA, que representa cerca de 200 associados a nível nacional (Alentejo, Ribatejo, Estremadura e Beira Baixa), afiance que o vírus da gripe suína, é um «problema de saúde humana», estando os produtores de porco alentejano a acompanhar com «tranquilidade» a situação.

«É uma variante do vírus da gripe que tem afinidade com várias espécies, mas que se transmite pelo contágio entre humanos. Nós estamos perfeitamente tranquilos porque não estamos a produzir, nem a colocar no mercado, nada doente», afirmou.

A mesma posição é expressa por José Cândido Nobre, presidente da Associação de Criadores do Porco Alentejano, entidade que congrega mais de 300 associados do Baixo Alentejo, Alentejo Litoral e serra algarvia e representa cerca de metade da produção da carne daquela raça suína.

«O vírus não se transmite através do consumo da carne de porco e isso traz-nos tranquilidade», argumentou, garantindo que o importante é veicular ao consumidor «a informação correcta», esclarecendo-o sobre «quais as preocupações».

Casos alastram pelo mundo

Do lado da ACPA, a situação está a ser acompanhada com «expectativa», mas lutando contra «alarmismos», no que respeita a efeitos no sector.

«Os alarmismos não conduzem a nada e não trazem vantagens a ninguém. O importante é esclarecer correctamente o grande público», afirmou, convicto de que o sector do porco de raça alentejana, tal como tem acontecido com a crise económica, vai «aguentar-se».

«Não estamos num bom momento económico, mas isso é global e atinge todos os sectores. No nosso, os consumos não têm crescido e há quebras de rendimento, mas o produto, por ser diferenciado devido à sua grande qualidade, mantém-se com alguma estabilidade no mercado e acreditamos que esta se mantenha até a crise passar», sustentou.

Quanto a Pedro Bento, da ANCPA, rejeitou tecer previsões sobre se as vendas no sector se vão ressentir por causa da gripe suína, preferindo insistir na «segurança» alimentar da carne e produtos de porco alentejano.

«Não temos nenhum caso de sintomatologia e, no histórico de análise da nossa actividade, nunca tivemos qualquer caso de mortalidade devido à gripe suína», realçou o presidente da ANCPA, associação cuja produção segue sobretudo para transformação, exportando cerca de 70 por cento, na maioria para Espanha.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aumentou esta terça-feira de três para quatro, numa escala de seis, o seu nível de alerta de riscos de pandemia de gripe suína, o que significa «um aumento de potência significativa» do risco de pandemia.
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