Vacas: Governo acompanha mortes «acima da média» - TVI

Vacas: Governo acompanha mortes «acima da média»

Dezenas de vacas aparecem mortas em explorações agrícolas

Ministério da Agricultura atribui surto de leptospirose às fortes chuvas e à debilidade dos bovinos

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O Ministério da Agricultura admitiu esta tarde em comunicado que Portugal registou, nos últimos dois meses, especialmente em Dezembro, um número «acima da média» de bovinos mortos.

Entre 10 de Janeiro a 10 de Fevereiro foram declarados no distrito de Portalegre 787 casos de morte em bovinos, sendo que «alguns deles podem ser considerados anormais», particularmente os que são oriundos de explorações nas quais a taxa de mortalidade ultrapassa um por cento, chegando nalguns casos aos 15 por cento. Não se trata, contudo, de um caso generalizado.

Veja alguns depoimentos em vídeo

Um surto de leptospirose é causa avançada. O surgimento da bactéria é explicado com a forte pluviosidade dos últimos meses levando à acumulação de água, que promoveu a saída de ratos, com as respectivas fezes e urinas «que favorecem a multiplicação da bactéria leptospira».

«Trata-se de uma bactéria endémica em Portugal e que provoca doença em mamíferos, incluindo o Homem», refere o comunicado.

A doença pode ter uma evolução aguda ou crónica, caracterizando-se a primeira «por uma quadro de septicemia em que os animais se apresentam prostrados, caídos, com urinas muito escuras e febre; a morte sobrevém em alguns dias». Já a forma crónica «traduz-se no aparecimento de abortos, infecções renais e artrite».

Os casos registados no Alentejo reportam-se à forma aguda, agravada pelo facto de os animais terem passado por um período de alguma escassez alimentar, aliado à humidade que fez surgir larvas de carraças que diminuíram as resistências dos animais.

A situação ocorrida no Norte do Alentejo «pode estender-se a todas as regiões do país onde existam pastagens planas e um inadequado controlo de pragas do solo, especialmente ratos».

De acordo com o mesmo comunicado, a leptospirose pode ser combatida «com tratamentos antibióticos e prevenida através da utilização de vacinas específicas», especialmente indicadas no casos de animais que pastam em zonas aquosas.

Os serviços veterinários oficiais estão a acompanhar de perto o evoluir da situação, mantendo contactos frequentes com os médicos veterinários que assistem às explorações com este problema, bem como com os laboratórios que fazem o diagnóstico da situação.
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