A doença, que afeta mais os homens, mas que passa a afetar com a mesma incidência as mulheres a partir da menopausa, pode aumentar o risco de enfartes, arritmias ou Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), entre outros, explicou à Lusa o pneumologista José Romero, do Centro Hospitalar do Algarve (CHA).
Na sexta-feira, o Algarve assinala o Dia Mundial do Sono com a iniciativa «Corra/Caminhe pelo Sono», que pretende sensibilizar para esta doença crónica, que pode ter grande impacto na qualidade de vida dos doentes, causando sonolência diurna que afeta as relações pessoais, laborais e sociais.
De acordo com aquele especialista, mais de 80% das pessoas afetadas pelo distúrbio sofrem de obesidade, sendo igualmente fatores de risco o facto de fumar e ingerir bebidas alcoólicas em excesso.
Os sintomas noturnos são, normalmente, ressonar forte, transpiração excessiva, movimentos durante a noite e despertares súbitos com sensação de sufocação ou engasgamento, o que é muitas vezes desvalorizado pelas pessoas.
As pausas respiratórias durante o sono, com duração superior a 10 segundos e que se podem repetir mais de cinco vezes por hora, originam diminuição do oxigénio e também o aumento do dióxido de carbono no sangue.
«Normalmente, o organismo tem mecanismos para que a pessoa acorde, mas há apneias que chegam a durar um minuto», explicou José Romero, lamentando que haja «muito descuido» por parte da população em geral para os problemas do sono.
A iniciativa, que decorre às 20:30 na aldeia de Querença, no concelho de Loulé, conta já com mais de 200 inscrições.
É promovida pelo Centro Hospitalar Algarve (CHA) em conjunto com a Linde Saúde e o grupo «Corridas à 6ª Feira».