Alta de Lisboa: escola abre, mas alunos não entram - TVI

Alta de Lisboa: escola abre, mas alunos não entram

(Foto Cláudia Lima da Costa)

Associação de Pais realizou «cordão humano» em protesto contra a falta de auxiliares

Os 350 alunos da escola EB1 n.º 34 da Alta de Lisboa não entraram esta segunda-feira no estabelecimento, embora a escola tenha aberto, depois do «cordão humano» organizado pela Associação de Pais em protesto contra a falta de auxiliares.

A presidente do Agrupamento de Escolas da Alta do Lumiar, Maria Alexandre Tavares, a que pertence a EB1 n.º 34, disse que chegariam ainda hoje duas funcionárias de outra escola do Agrupamento, ficando a EB1 n.º 34 com cinco auxiliares.

«Estou a ver se chegam duas funcionárias. A partir do momento em que tiver reunidas as condições, abro a escola», disse a responsável, reconhecendo que «nos últimos dias a situação se tornou insustentável» porque terminaram alguns contractos e porque houve funcionárias que pediram baixa.

No entanto, as garantias do Agrupamento não são suficientes para os pais, que exigem que as auxiliares estejam a tempo inteiro na escola e não apenas durante o intervalo.

«O que nós queremos é que as auxiliares sejam colocadas no horário completo. Se a escola está aberta a tempo inteiro, tem de ter segurança a tempo inteiro», afirmou a presidente da Associação de Pais, Irene Pinto.

Clara Araújo, mãe de dois alunos da escola, não deixa que os filhos entrem na escola enquanto não estiver assegurada a presença de funcionárias suficientes para vigiar os alunos.

Conta que o seu filho mais novo, de 6 anos, caiu e partiu um dente no recreio e que as auxiliares «não fizeram nada, nem a ambulância chamaram», deixando a criança sozinha.

Irene Pais explicou que das três funcionárias da escola, uma tem apenas 20 por cento de aptidão para trabalhar, outra está dedicada à sala de multi deficiências (oito das crianças da escola são deficientes, sendo que cinco usam cadeira de rodas) e outra ainda está orientada para o jardim-de-infância.

Maria Alexandre Tavares, responsável pelo Agrupamento Escolar, acredita que a situação vai ficar «resolvida» hoje, com a chegada de duas funcionárias e que, «com os contractos de emprego», que estão ainda a ser tratados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, possam ser contratadas mais cinco auxiliares, ficando depois a escola com dez auxiliares, o número exigido pelos pais.

Apesar das promessas da presidente do Agrupamento Escolar, os pais não permitiram que os seus filhos entrassem na escola e exigem que na terça-feira estejam as cinco auxiliares no estabelecimento.

«Amanhã vamos cá estar novamente. Se não houver auxiliares, continuará a escola aberta e as crianças sem ir à escola», garantiu Irene Pinto.

No «cordão humano» desta manhã, esteve o deputado comunista Miguel Tiago para dar uma «palavra de força» aos pais. O deputado disse que «a primeira coisa» que fará hoje na Assembleia da República é «escrever uma pergunta ao Ministério da Educação» para que explique a falta de auxiliares na escola EB1 nº 34 da Alta de Lisboa e para que resolva a situação.
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