Julgada «brincadeira» que termina em morte - TVI

Julgada «brincadeira» que termina em morte

Justiça

Covilhã: seis arguidos respondem no caso do homem amarrado à entrada de um café

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O Tribunal da Covilhã marcou para 28 de Maio, às 09:45, o julgamento do caso do homem que morreu atado à entrada de um café na Borralheira de Orjais, vítima de uma suposta brincadeira, em Outubro de 2007, refere a Lusa.

No processo há seis arguidos, todos acusados pelo Ministério Público dos crimes de exposição ou abandono e omissão de auxílio.

Quatro deles, que terão atado a vítima ou ajudado naquele acto, são ainda acusados de sequestro. Os outros dois são um casal de namorados que viu o que se passou de dentro de um carro, junto ao local.

João Inácio, de 42 anos e residente na aldeia de Borralheira de Orjais, foi encontrado morto pelas 06:20 de domingo, 28 de Outubro de 2007, depois de se ter embriagado na companhia de alguns dos arguidos, à porta do café onde viria a falecer.

De acordo as perícias, apresentava uma taxa de 4,95 gramas de álcool por litro de sangue. Foi deixado suspenso por um braço e uma perna, amarrados a uma vitrina e a um gradeamento do café, e com outro braço e perna unidos, atados à jante de um carro.

A morte «foi devida a asfixia por aspiração do próprio vómito», de acordo com os vestígios encontrados nos pulmões e árvore respiratória. De acordo com a acusação, foi a maneira como foi deixado que o impediu «de se defender de qualquer situação de perigo, nomeadamente do seu próprio vómito».

Segundo os depoimentos, os arguidos dizem que agiram por brincadeira, já depois de João Inácio estar embriagado e adormecido à porta do café. Garantem que o deixaram vivo e que nunca pensaram que a «partida» que iria enfrentar, quando acordasse, tivesse um final trágico.

Dos seis, apenas um já teve contas a ajustar com a justiça, por uma situação de condução ilegal.

A mãe de um dos arguidos, de nacionalidade brasileira, faleceu recentemente, alegadamente devido a um acidente vascular cerebral derivado das tensões relacionadas com o processo, segundo a respectiva advogada.

Segundo o Ministério Público, «por diversas outras vezes o falecido João Inácio havia já sido vítima dos jovens da aldeia da Borralheira, que lhe pregavam partidas, aproveitando-se do seu frequente estado de embriaguez».
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