A polícia de choque retirou um a um cerca de 500 ambientalistas que estavam a bloquear a Avenida Almirante Reis, em Lisboa. Os manifestantes juntaram-se no cruzamento da avenida com a Rua de Angola, junto ao Banco de Portugal, em dia de protestos pelo clima.
O comissário Serra, do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP explicou à Lusa que os ativistas foram avisados que a manifestação foi considerada ilegal por terem cortado a circulação no cruzamento da Rua de Angola com a Avenida Almirante Reis.
Como os manifestantes em defesa do planeta se recusaram a sair, numa atitude de “resistência pacífica”, como a classificou o oficial da PSP, os elementos do Corpo de Intervenção foram chamados a intervir, retirando-os um a um da estrada para as laterais da Almirante Reis, arrastando aqueles que oferecem mais resistência.
O objetivo foi permitir a circulação rodoviária na Avenida Almirante Reis.
Uma pessoa foi detida no protesto, que terminou pelas 21:30.
De acordo com fonte do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, um manifestante foi detido “porque não acatou as ordens e resistiu à polícia”.
De resto correu tudo sem incidentes e não houve necessidade de identificar ninguém”, afirmou a mesma fonte, em declarações à agência Lusa.
O grupo de pessoas que estava a cortar a rua juntou-se na sequência de um evento convocado no Facebook pelo grupo Extinction Rebellion de Portugal e estava a partilhar em direto no Facebook o protesto na Avenida Almirante Reis.
A situação manteve-se ordeira e a manifestação era pacífica, mas a PSP admitiu que existia um conflito de direitos, uma vez que de um lado está o direito a manifestação e do outro está o direito à livre circulação, neste caso de viaturas. O comissário da PSP referiu mesmo o exemplo de viaturas médicas que foram impedidas de passar, razão pela qual a política terá decidido interromper a manifestação.
À TVI, o porta-voz do movimento disse mesmo que os manifestantes estavam prontos para ficar três horas ou três dias.
As centenas de jovens que bloqueavam a circulação no cruzamento da Rua de Angola com a Avenida Almirante Reis protestavam num cenário de concentração ordeira, tendo instalado tendas de campismo no meio da estrada e cartazes com frases contra o “colapso climático”, num protesto convocado pelo movimento Extinction Rebellion Portugal.
Alguns dos manifestantes, na sua maioria jovens, entre os quais muitos estrangeiros, disseram à agência Lusa que pretendiam passar ali a noite.
Esta concentração seguiu-se ao final da grande manifestação, que começou no Cais do Sodré, também em Lisboa, integrada na Greve Climática Global, que teve concentrações idênticas em 170 países.