Greta Thunberg chega a Lisboa - TVI

Greta Thunberg chega a Lisboa

  • AG
  • 3 dez 2019, 12:44

Catamarã da ativista sueca atracou pouco antes das 13 horas na Doca de Santo Amaro, onde aguardavam centenas de anónimos e também figuras políticas nacionais

A jovem ativista sueca Greta Thunberg desembarcou ao final desta manhã em Lisboa, às 12:44, depois de  atravessar o Atlântico em catamarã, e no mesmo dia em que parte para Madrid para participar na cimeira do clima da Organização das Nações Unidas (COP25).

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Lisbon!!

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Horas antes, perto das 9:00, a jovem colocou uma fotografia em que se mostra sorridente, afirmando que estava "em direção a Lisboa".

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Heading into Lisbon!!

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A jovem foi recebida junto da Doca de Santo Amaro pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e por jovens ativistas portugueses. No local estiveram também muitos deputados.

Numa publicação através do Instagram pessoal, a jovem divulgou que estava ao largo do Cabo da Roca na madrugada desta terça-feira.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Land ahoy!

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O presidente da comissão parlamentar de Ambiente, o deputado do BE José Maria Cardoso, foi um dos presentes na receção à ativista assim como a deputada Maria Manuel Rola e o vereador na Câmara de Lisboa, Manuel Grilo.

A deputada do Partido Ecologista “Os Verdes” Mariana Silva também anunciou que participará na receção a Greta Thunberg.

Por seu lado, o Presidente da República saudou a chegada da ativista a Lisboa, mas não irá cumprimentar a jovem à Doca de Alcântara por considerar que poderia “ser considerado aproveitamento político”.

Thunberg vai dar uma conferência de imprensa no local. Segundo a organização, vão falar, além de Greta Thunberg, jovens ativistas portugueses, Riley Whitelum, o comandante do “La Vagabonde”, barco no qual fez a travessia de Hampton, Virgínia (Estados Unidos), para Portugal, e Nikki Henderson, membro da tripulação e marinheira profissional.

A organização espera centenas de pessoas na receção a Greta Thunberg, de 16 anos, que se celebrizou em todo o mundo por ter iniciado no seu país (Suécia) as greves pelo clima, em protesto pela falta de medidas dos políticos para fazer face às alterações climáticas.

Greta atravessou o oceano de barco em setembro passado para participar numa cimeira sobre alterações climáticas em Nova Iorque, convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. A jovem recusou viajar num avião, que polui, e optou por um barco à vela.

Depois de participar na cimeira de Nova Iorque a jovem ativista deveria ter viajado para o Chile, para a cimeira anual da ONU sobre o clima, no caso a chamada COP25. À última da hora o Chile renunciou à organização do encontro devido à instabilidade social no país, tendo a COP25 passado para Madrid.

Por esse motivo a jovem sueca embarcou em 13 de novembro, de regresso à Europa, no “La Vagabonde”, o barco de um casal australiano que deve chegar pelas durante a manhã a Lisboa.

De acordo com os organizadores da visita não está prevista qualquer outra iniciativa da jovem, que deve partir de comboio para Madrid, para participar na COP25, que começou na segunda-feira e que junta representantes de quase 200 países, signatários do Acordo de Paris, de redução das emissões de gases com efeito de estufa.

Dezenas de pessoas esperam na Doca de Santo Amaro

À espera da jovem estão dezenas de pessoas de todas as idades e um batalhão de jornalistas, muitos deles de órgãos de comunicação social espanhóis.

Muitos jovens vestem t-shirts brancas com a inscrição "Justiça Climática" e empunham cartazes. No meio, uma criança, de mão dada com a mãe, exibe orgulhosamente um cartaz com frases "I´m with her" (Estou com ela), acompanhada de um desenho do planeta Terra.

Destacam-se também na Doca de Santo Amaro duas faixas de pano brancas, com as frases "Low Cost today, High cost tomorrow" (Baixo custo hoje, alto custo amanhã), "Terra - Aterra, menos aviões mais imaginação".

Entre os que aguardam Greta Thunberg está o presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente, José Maria Cardoso, que espera poder deixar uma mensagem de reconhecimento à jovem ativista sueca pelo trabalho que tem feito "e pela luta que tem travado".

Em declarações à agência Lusa, José Maria Cardoso destacou, acima de tudo, "o símbolo que ela [Greta] é de mobilização de milhões de jovens pelo mundo fora que querem fazer ouvir a sua voz e que querem mostrar o seu lado reivindicativo".

Sem dúvida é esta geração que mais vai sofrer com as alterações climáticas, caso não haja reversão da situação", afirmou o parlamentar, acrescentando: "Ela, como símbolo desta contestação, serve de exemplo para muitos jovens".

Também o líder do PAN, André Silva, quis marcar presença na receção à ativista sueca como forma de agradecimento por tudo o que tem feito em defesa do planeta.

Ela tem sido fundamental para dar voz a este movimento que é cada vez maior, associado a um aumento e alargamento de consciências em torno do combate das nossas vidas, que são as alterações climáticas", disse à Lusa o líder do PAN.

André Silva afirmou ainda que quer deixar a Greta Thunberg "uma palavra de coragem e agradecimento, para que continue a desempenhar este papel fundamental de trazer cada vez mais pessoas e pressionar uma classe política parada, inerte e que está presa à economia velha do passado, à economia do carbono e, acima de tudo, capturada por interesses económicos que não querem alterar".

É fundamental agir porque temos uma década até atingir um ponto de não retorno", acrescentou.

A representar o movimento "Ação Greve Climática Estudantil", Andreia Galvão afirmou à Lusa que esta ação [a greve climática estudantil], lançada por Greta Thunberg, tem sido fundamental para dar visibilidade aos problemas ambientais.

Andreia Galvão, que também pertence ao movimento "Figther for Future", diz que é igualmente necessário perceber se o novo Governo vai ou não acrescentar algo à luta contra as alterações climáticas.

Estamos num momento um pouco difícil pela luta pela emergência climática. (...) É importante que os jovens estejam empenhados na política e que façam erguer a sua voz na luta por esta causa", considerou a ativista, salientando que este é um movimento transversal que deve envolver todas as pessoas.

Junto à Doca de Santo Amaro são igualmente visíveis diversas faixas brancas de pano no chão, presas com pedras. Numa delas pode ler-se a frase "Somos a Natureza, Greve Climática global em Autodefesa" e noutra "A verdadeira COP é na rua".

 

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