Morte em Espinho: INEM culpa bombeiros - TVI

Morte em Espinho: INEM culpa bombeiros

VMER

Homem de 51 anos sofreu ataque cardíaco. Não recebeu assistência adequada. Troca de acusações entre INEM e bombeiros

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Um homem de 51 anos, professor na Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida, em Espinho, morreu esta sexta-feira depois de ter sofrido um ataque cardíaco. O acidente ocorreu cerca das 10h da manhã, na Sala dos Professores, depois dos alunos já terem reparado que o docente parecia mal disposto.

Apesar de todas as diligências efectuadas por colegas e funcionários da escola, acabou por não receber a assistência adequada, alegadamente, porque o INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) não tinha nenhuma equipa disponível na altura.

Contudo, o INEM nega responsabilidades na morte e aponta o dedo aos Bombeiros Voluntários de Espinho. Segundo o Diário de Notícias, fonte do INEM admite que «não havia Viatura Médica de Emergência (VMER) disponível» e que, por isso, os bombeiros «receberam ordens para transportar imediatamente o doente para o hospital e não o fizeram».

Apesar da escola estar situada perto do Hospital local, o socorro só foi feito pelos bombeiros, que não tinham o equipamento necessário para evitar a morte. Tentaram ligar para o 112, mas a emergência médica respondeu que a viatura apropriada não estava disponível, pelo que tinham de ser os bombeiros a transportar o doente, informou a RTP.

Sem o comprimido de nitratos, foi impossível salvar o professor, que ainda foi transportado para o Hospital Santos Silva, em Gaia, mas já sem qualquer hipótese de sobrevivência.

Segundo o subchefe dos Bombeiros, em declarações ao Diário de Notícias, «inicialmente foi dito que a VMER de Gaia não estava disponível e que iam tentar solucionar o problema. Continuámos com o suporte básico de vida até sermos informados que não podia vir a VMER e que tínhamos que fazer o transporte», contou José Laranjeira.

O INEM desmente e acusa os bombeiros de uma «sucessão de erros: De quem estava junto às vítimas e não ligou directamente para o 112 e dos bombeiros, que receberam ordens para o transporte e não o fizeram». Os professores dizem que tentaram várias vezes contactar o 112 sem que a chamada fosse atendida. «Só conseguimos após uma ligação para os bombeiros, que então chamaram o 112, que nos retribuiu a chamada e disse que não havia equipa médica disponível».

O presidente do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE), Ricardo Rocha, já reagiu, aproveitando para dizer que esta situação «pode acontecer todos os dias». «O que aconteceu em Espinho pode acontecer todos os dias. Não há carros médicos, nem médicos, nem enfermeiros suficientes para acorrer a todas as solicitações», frisou, em declarações citadas pela agência Lusa.
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