Depois de perder a companheira de uma vida, António de 103 anos, volta a amar - TVI

Depois de perder a companheira de uma vida, António de 103 anos, volta a amar

"Podemos amar duas vezes e a sério, e aos 103 anos de idade, esse é o meu caso", partilha António Gromicho

Nasceu a 5 de fevereiro de 1918, e conta, com satisfação, histórias de um percurso de vida repleto de felicidade e realização pessoa. 

Foi engenheiro civil, e trabalhou sempre no ramo das barragens. Formou-se na Universidade do Porto, e diz, com orgulho, que sempre foi "muito precoce". 

Conta que aos quatro anos já lia, escrevia, contava e até fazia versos. Aos nove anos, o pai teve de escrever uma carta, para que pudesse entrar no liceu, antes do previsto. 

Mudou-se para o Alentejo muito cedo, de modo a ingressar naquele que seria o seu primeiro emprego. Foi na Câmara Municipal de Évora, em substituição de um engenheiro que tinha sido mobilizado para a guerra. 

Em tempos, passou por África. Foi um dos engenheiros que trabalhou nas obras da barragem do Rio Limpopo, em Moçambique, onde, durante oito meses, morou em palhotas.

Ao longo da vida, contabilizou 15 mudanças de casa, sempre com a sua "extraordinária" mulher, que "sempre o acompanhou para todo o lado".

Quando o momento chegou, reformou-se e decidiu viver o melhor que a vida ainda lhe podia conceder. Fez muitos cruzeiros. Caraíbas, Ilhas Gregas, no Mediterrâneo... 

Assume-se como apaixonado pela sétima arte, e elege "Citizen Kane" como o filme que o marcou. 

Toca piano e admira a arte do compositor George Gershwin. Elege como a sua música de marca, "Crazy for You", depois de ter ido a Londres, com a sua mulher, assistir ao musical com o mesmo nome. 

Há dez anos, mudou-se para uma lar, com a sua mulher.

Três anos depois, com Alzheimer, o amor da sua vida viria a falecer. "Foi muito difícil"

Mas um dia, mais tarde, encontrou Mimi, e já não vive sem ela.

Somos inseparáveis, antes da pandemia íamos sempre passear ao 'El Corte Inglés', almoçávamos, íamos ao cinema e depois lanchávamos", conta a Marta Rodrigues, da Câmara Municipal de Lisboa.

Podemos amar duas vezes e a sério, e aos 103 anos de idade, esse é o meu caso", continuou.

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