Ministra admite demoras no diagnóstico da tuberculose - TVI

Ministra admite demoras no diagnóstico da tuberculose

Ministra da Saúde, Ana Jorge

Ana Jorge sublinhou a necessidade de melhorar a comunicação entre serviços

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A ministra da Saúde reconheceu, esta quinta-feira, que a demora no diagnóstico da tuberculose em Portugal «é preocupante» e sublinhou a necessidade de melhorar a comunicação entre serviços e aumentar a formação dos novos médicos para identificar precocemente os sintomas, diz a Lusa.

Em média, o diagnóstico da infecção após a manifestação dos sintomas demora 40 dias, mas na região de Lisboa pode atingir 88 dias.

«A ligação entre os cuidados de saúde primários e os hospitais tem de funcionar, é preciso que os profissionais sejam capazes de comunicar entre si», afirmou Ana Jorge numa intervenção num encontro internacional em Lisboa para assinalar o Dia Mundial da Tuberculose.

Aumentar formação para diagnóstico mais precoce

A governante lembrou que «quem identifica ou tem obrigação de fazer o primeiro diagnóstico são todos os profissionais de saúde que contactam com os doentes» e sublinhou a necessidade de comunicação entre os diferentes serviços de saúde, para que trabalhem com um único objectivo: «Tratar melhor dos doentes.»

Ana Jorge salientou ainda que é necessário «aumentar a formação dos novos profissionais» para que, perante determinados sintomas, se identifique a tuberculose mais precocemente.

«O que acontece é que como a tuberculose diminuiu muito a sua prevalência e a sua incidência deixou de ser uma grande preocupação. Portanto, pensamos menos na tuberculose, mas não quer dizer que os médicos não saibam diagnosticar, não é isso que está em causa», justificou.

Centros regionais fundamentais para combater doença

A governante considerou ainda que o facto de muitos doentes não fazerem a toma directa (toma dos medicamentos sob observação directa dos médicos) «ainda é um problema», já que se trata de um dos meios mais eficazes de combater a doença.

A implementação de centros de referência que estão a ser organizados a nível regional foi outro dos aspectos destacados no encontro desta quinta-feira, dada a sua importância no combate à tuberculose, sobretudo na forma multi-resistente.

«O que está previsto é que seja criado um em cada região, mas a preocupação é diferente se falarmos do Alentejo onde o número de casos é baixo, ou de Lisboa, onde a patologia tem muito a ver com a multi-resistência, portanto o reforço tem de ser redobrado, nomeadamente com orientações terapêuticas muito bem definidas», sublinhou.
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