Ministra pede «compaixão» aos médicos

A ministra da Saúde, Ana Jorge, exortou esta sexta-feira os médicos a terem «compaixão na relação com os doentes», incluindo na prescrição de medicamentos.

Reconhecendo que a prescrição de fármacos «é um acto de completa autonomia dos médicos», Ana Jorge defendeu que ele «deve atender à complexidade do sofrimento humano».

«As alterações recentes na política do medicamento só serão extraordinariamente benéficas para os doentes se os médicos, em particular, tiverem a sensibilidade social que a comunidade deles espera», afirmou.

A ministra da Saúde intervinha no encerramento do congresso subordinado ao tema «O Sistema Português de Saúde - Inovação e Qualidade», que durante dois dias decorreu no auditório dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

Na sua opinião, a «melhoria da qualidade», a «busca da eficiência», a «utilização racional da tecnologia» e o «combate ao desperdício» são factores que podem reforçar a «estratégia de melhoria da saúde da população».

«Assim, estaremos, certamente, a contribuir para a defesa do modelo constitucional do Serviço Nacional de Saúde (SNS)», referiu.

Ana Jorge disse que a modernização do SNS «está no topo da agenda de trabalho do Governo».

«O SNS tem-se revelado um poderoso instrumento de coesão e equidade social. A sua modernização constante permite proporcionar melhores cuidados de saúde aos cidadãos», acrescentou.

Na sessão de encerramento do congresso, antes da ministra Ana Jorge, usaram ainda da palavra os presidentes dos conselhos de administração dos HUC e do Hospital de S. João do Porto, Fernando Regateiro e António Ferreira, respectivamente.