Renas do parque de Natal de Algés foram retiradas do recinto por falta de uma licença - TVI

Renas do parque de Natal de Algés foram retiradas do recinto por falta de uma licença

  • 4 dez 2019, 12:33
Fotografia das renas no parque de Natal de Algés circulou nas redes sociais

Animais regressaram ao Refúgio do Magoito. Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas obrigou a retirar os animais por faltar uma licença, que a organização já pediu, estando a aguardar deferimento. Condições em que estavam os animais foram criticadas nas redes sociais

As renas que estavam no parque de Natal em Algés, Oeiras, regressaram ao Refúgio do Magoito, depois de o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ter estado no espaço e constatado que faltava uma licença.

Em declarações à Lusa, Rui Madureira, da organização, explicou que o ICNF esteve há dois dias na Cidade do Natal, numa primeira visita, e “verificou que estavam reunidas todas as condições para o bem-estar e segurança dos animais, não tendo sido identificados quaisquer constrangimentos”.

No entanto, o responsável adiantou que, ao final da noite de segunda-feira, o ICNF voltou e explicou que faltava “uma comunicação estritamente administrativa”, tendo em conta um decreto-lei de julho que estabelece o regime jurídico aplicável ao controlo, à detenção, à introdução na natureza e ao repovoamento de espécies exóticas da flora e da fauna.

Nos termos da nova legislação, confere ao ICNF o direito de se pronunciar depois de os promotores [de um evento com a presença de animais] apresentarem um requerimento quando têm em exposição animais exóticos”, explicou Rui Madureira.

Segundo o responsável, trata-se de um requerimento “com um caráter informativo, já que nele tem de constar quantos animais são, espécie, o local onde vão estar e o promotor”, afirmando que não precisa de estar qualquer “informação fitossanitária”.

A inspeção sanitária é da responsabilidade da câmara de Oeiras, que já esteve por diversas vezes no recinto e já emitiu todas as licenças necessárias e exigidas”, acrescentou.

De acordo com Rui Madureira, a organização do evento já entregou o requerimento estando a aguardar o seu deferimento.

A Capital do Natal foi apresentada como um “sítio mágico” que dá a oportunidade de se “brincar com neve real”, “patinar na maior pista de gelo” e ver espetáculos de luzes num grande lago no centro do recinto, entre outros, mas centenas de turistas espanhóis reclamaram querendo o dinheiro de volta e o encerramento do parque, alegando que a imagem que lhes foi vendida não corresponde à realidade, e que “nem neve havia”.

 

A organização da Capital do Natal, admitiu na terça-feira que alguns turistas espanhóis possam ter sido induzidos em erro pela promoção do evento feita por agências e blogues, reconhecendo que nem tudo correu bem no dia da abertura.

Rui Madureira explicou à Lusa que a organização começou a reparar em críticas que surgiram nas redes sociais no sábado à noite, que provocaram "surpresa", e que depois de analisado o conteúdo foi verificado que “várias agências de viagens, sites e blogues em Espanha” divulgaram informações que não correspondiam à realidade.

Pura e simplesmente tinham apanhado as informações que estavam disponíveis nos meios de comunicação social em Portugal, e com traduções livres induziram as pessoas em erro”, disse Rui Madureira, adiantando que estas entidades criaram uma imagem a que a organização é "alheia, numa perspetiva falaciosa do projeto”.

A presença das renas também gerou várias críticas por estarem no recinto em determinadas condições, no entanto, Rui Madureira explicou que os animais “estão devidamente licenciados”, e que pertencem à associação Burro do Magoito, “extremamente idónea e fidedigna na gestão de animais já com vários anos de existência” e que está “lado a lado com a proteção animal”.

As renas não têm qualquer tipo de função, são meramente contemplativas, fazem parte do imaginário das crianças, que associam o Natal às renas”, explicou, adiantando que os animais “não possuem hastes dado que caem no inverno e crescem na primavera”.

Em relação à fotografia em que aparece uma rena deitada no chão, Rui Madureira esclarece que “não é por estar deitado que um animal é maltratado”, salientando que os animais por vezes deitam-se como os cães ou os gatos domésticos.

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