Primeiro-ministro anuncia reestruturação da floresta para combater incêndios - TVI

Primeiro-ministro anuncia reestruturação da floresta para combater incêndios

Em conferência de imprensa, na Proteção Civil, António Costa manifestou solidariedade para com todos os operacionais que neste momento estão no combate às chamas em Portugal e disse que foi acionado o pré-alerta do mecanismo europeu

“Os incêndios evitam-se reestruturando a floresta” e esta é uma prioridade do Governo de António Costa, anunciou o primeiro-ministro nesta terça-feira, em conferência de imprensa na Proteção Civil, em Carnaxide.

O chefe do executivo adiantou, ainda, que “hoje mesmo um avião da Força Aérea transportará uma equipa para ajudar os serviços do Governo regional da Madeira”, que acabou de pedir ajuda ao continente para combater as chamas incontroláveis que estão a atingir o Funchal. Essa força especial terá 36 elementos: 10 elementos do Grupo de Intervenção, Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, 10 elementos da força especial de bombeiros, 10 bombeiros voluntários, cinco elementos do INEM, que irão trabalhar sob o comando do segundo comandante nacional da Proteção Civil.

António Costa indicou, também, que foi acionado o “pré-alerta do mecanismo europeu” de combate a incêndios, que, todavia, “está com uma capacidade limitada de apoio” por causa da situação semelhante em outros países. 

Tomámos a decisão de acionar o pré-alerta para o mecanismo europeu de proteção civil, assim como também o acordo bilateral com a Federação Russa tendo em vista a eventual necessidade de acionar meios caso durante o próximo fim de semana e feriado de dia 15 venhamos a ter uma situação que justique o acionamento efetivo."

António Costa sublinhou que "o alerta" ainda não foi feito, tratando-se apenas uma situação de pré-alerta.

O pré-alerta significa uma sinalização à União Europeia e à Federação Russa de que podemos vir a necessitar de meios extraordinários", explicou.

Vincando que o dispositivo português "é sólido, robusto, funciona bem e responde à generalidade das situações", António Costa ressalvou que existem momentos em que as situações climatéricas são "particularmente adversas" e ultrapassam aquilo que é a capacidade normal de resposta dos dispositivo.

O mecanismo europeu está precisamente previsto para ser acionado nestas situações em que, num ou noutro país, possam ocorrer situações anómalas", referiu.

Depois de ter estado uma hora e meia reunido com elementos da Proteção Civil e a ministra da Administração Interna, Constança Urbana de Sousa, elogiou a “grande reforma na Proteção Civil” há dez anos e defendeu que os incêndios não acabam com os combates.

Não podemos ter essa ilusão. Os incêndios evitam-se reestruturando-se a nossa floresta. Uma floresta mais sustentável, um ordenamento florestal mais resiliente às ameaças é uma prioridade política para este Governo, que vai ter início quanto possível, para que a floresta seja uma fonte de riqueza e não uma ameaça às populações.”

Após um primeiro balanço do comandante operacional nacional da Proteção Civil, José Manuel Moura, sobre a situação no país, o chefe do executivo começou por manifestar solidariedade para com todos os operacionais que neste momento estão no combate às chamas em Portugal.

Quero saudar todo o dispositivo composto por bombeiros, operacionais voluntários, GIPS/GNR e exército, empenhados no combate desta calamidade”, sublinhou o governante, agradecendo ainda o esforço das forças de segurança e da Polícia Judiciária.

Para os bombeiros voluntários, António Costa fez um “agradecimento muito especial”.

Um agradecimento em vésperas de agravamento de condições meteorológicas e um pedido especial à população, para que não tenha comportamentos de risco.

O dispositivo tem estado a responder de acordo com aquilo que é normal. Vamos ter condições adversas, como ventos fortes que podem ajudar a propagar incêndios, e a partir de quinta-feira e até dia 15 haverá períodos de temperatura muito elevada. O apelo que dirijo a toda a população é que tenha particularmente cuidado com comportamentos de risco junto à floresta, comportamentos de risco evitáveis sob pena de se contribuir para as calamidades”, solicitou.

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