Não resistir é o melhor a fazer - TVI

Não resistir é o melhor a fazer

(Foto de arquivo)

Principais suspeitos são jovens, fazem vários assaltos numa só noite e partem sem «alvo» definido. Em Janeiro, a PJ deteve 31 suspeitos de roubos com arma de fogo, só em Lisboa

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Os assaltos consecutivos são cada vez mais uma tendência entre grupos de assaltantes jovens e perigosos. Podem começar por roubar um carro a um condutor e depois seguir para um restaurante ou bomba de gasolina. Para terminar, ainda apontam a arma para quem anda na rua. Não resistir é o melhor que pode fazer, segundo a Polícia Judiciária, que prendeu, durante o mês de Janeiro, 31 destes suspeitos, que praticaram este tipo de crimes em Lisboa e arredores.

«A maior parte destes suspeitos são jovens e não têm grupos fixos com quem costumem assaltar. Uns dias vão uns, outros dias vão outros. A principal motivação é a apropriação do maior número de objectos e dinheiro em pouco tempo», explicou ao PortugalDiário fonte da directoria de Lisboa da Polícia Judiciária.

Um dos exemplos é o caso de um grupo de seis homens que, no mês de Janeiro, e apenas numa noite levou a cabo dois assaltos a estabelecimentos e vários a pessoas. Começaram por assaltar uma pizzaria na zona de Rio de Mouro, em Sintra, seguiram para uma bomba de gasolina e, acabaram a noite, a roubar com ameaça de arma de fogo várias pessoas que passavam na rua. A PJ apanhou-os no espaço de 48 horas.

«Esta tendência de criminalidade está identificada e o facto de cometerem vários crimes seguidos permite-nos actuar de imediato e efectuar as detenções com rapidez», adiantou o responsável que exemplificou: «Por vezes, podem começar pelo carjacking para depois efectuarem os sequestros para obterem os códigos de Multibanco. Destes suspeitos há também casos de carjacking e sequestro».

Os detidos têm idades entre os 16 e os 50 anos. No entanto, 26 deles têm idades até aos 30 anos. A grande maioria são homens, mas foram também detidas duas mulheres por colaborarem nos assaltos. «Geralmente existe a preocupação de andarem encapuzados com golas ou gorros», sustentou.

Se não resistir, não é ferido

Apesar da violência dos assaltos e das ameaças em todos estes casos não houve nenhuma morte ou ferido grave. «A intenção é roubar e não ferir. No entanto, é obvio que pode correr mal. As agressões que existem, acontecem sobretudo quando há uma resistência, uma tentativa de fazer frente aos suspeitos», esclareceu a Judiciária. Não resistir é, por isso, a melhor opção.

Um exemplo aconteceu num assalto a mão armada na zona da praia de São Lourenço, na Ericeira. Dois turistas estrangeiros estavam numa autocaravana e foram abordados por dois assaltantes armados. O homem que «já com algum idade» resistiu ao assaltante e acabou por ser agredido, ainda que sem gravidade. Os suspeitos levaram tudo o que o casal tinha, documentos, cartões de crédito e dinheiro, mas foram detidos poucas horas depois.

Das investigações realizadas, a PJ apreendeu uma viatura, 11 telemóveis, quatro armas proibidas, objectos valiosos no valor aproximado de € 2000 e cerca de € 1500, em notas. A prisão preventiva foi aplicada a 13 dos suspeitos, sobretudo reincidentes, 12 ficaram sujeitos a apresentações periódicas às autoridades. Os restantes a termo de identidade e residência.

Em 2006, a PJ deteve 272 suspeitos deste tipo de crime na zona de Lisboa. «São mais detenções do que em 2005. Este tipo de crime tem uma taxa de sucesso significativa», adiantou o responsável.
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