«Seguros de saúde são uma fraude» - TVI

«Seguros de saúde são uma fraude»

Pai do «Serviço Nacional de Saúde» aponta falha de fiscalização por parte do Estado

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O pai do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Arnaut, que participa, esta quinta-feira, num congresso sobre os 30 anos do SNS, considera os seguros de saúde como sendo «na maior parte uma fraude», acusando o estado de não cumprir o seu papel e de não desempenhar uma correcta fiscalização.

De acordo com informações da TSF, Arnaut defende que o Estado não está a prestar a devida atenção ao actual problema dos seguros de saúde, especialmente no que toca à frequente diferenciação entre o sector público e o sector privado da saúde, «com a penetração do sector privado verifica-se uma certa degradação do sector público. As pessoas se não são bem atendidas no sector público tendem a fazer um seguro de doença, mas esses seguros são na maior parte uma fraude», disse.

Segundo o pai do SNS, os seguros apenas cobrem um determinado número de dias, em caso de internamento, após o qual os doentes são encaminhados para os hospitais públicos.

Arnaut esclarece ainda que há casos que nem sequer permitem adquirir um seguro de saúde, «eu com a minha idade, tenho 73 anos, se quiser fazer um seguro não me fazem, uma pessoa que tem uma doença crónica ou grave também não lhe fazem e depois é limitado, porque ninguém tem dinheiro para fazer um seguro que cubra todas as patologias».

Entre estas privações, acontecem ainda casos especiais e caricatos, como conta ainda o responsável pelo SNS, «um senhor tinha um seguro que lhe abrangia apenas um membro, caiu e partiu os dois braços, quando chegou à clínica privada perguntou que braço queria que lhe curassem», referiu Arnaut.

Rui Fidalgo, do Instituto de Seguros de Portugal não aceita as críticas alegando que se esta situação se verificasse que já teria conhecimento de muitas reclamações, não sendo esse o caso

Admite, no entanto, que é um negócio que dá prejuízo «embora tenha crescido muito nos últimos anos, sobretudo no segmento particular, o que demonstra a opção dos portugueses por este tipo de seguro, não é a área que apresente muitos lucros, antes pelo contrário, tem resultados equilibrados ou deficitários», afirmou Rui Fidalgo.
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