Arquitecto português vai dirigir escola no Canadá - TVI

Arquitecto português vai dirigir escola no Canadá

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Português foi seleccionado entre outros três finalistas num concurso internacional

O arquitecto português Diogo Burnay vai dirigir a Escola de Arquitectura da Universidade de Dalhousie, em Halifax, no Canadá, depois de ter sido seleccionado entre outros três finalistas num concurso internacional.

Diogo Burnay candidatou-se no ano passado ao lugar de director da Escola de Arquitetura da Universidade de Dalhousie, em Halifax, e em Agosto foi seleccionado de uma «short-list» que integrava ainda um arquitecto norte-americano, um italiano e um norueguês, noticia a agência Lusa.

Trabalhar fora de Portugal não é uma novidade para este arquitecto de 46 anos que fundou um atelier em Lisboa há 12 anos, mas já esteve em Macau, deu aulas na Universidade de Hong Kong e também em várias universidades nos Estados Unidos, nomeadamente no College of Architecture and Landscape Architecture da Universidade de Minnesota.

«Sair do país não tem nada a ver com a crise actual. Claro que sentimos bastante a crise porque trabalhamos muito em obras públicas e a capacidade do Estado em investir em escolas, museus e outros equipamentos está a diminuir drasticamente», disse o arquitecto à agência Lusa.

«O que me motivou foi a oportunidade. Pensei sobretudo naquilo que eu posso experimentar e aproveitar desta experiência» à frente de uma escola de arquitetura que «possui uma qualidade acima da média e tem poucos alunos, cerca de 200», justificou Diogo Burnay.

Nascido em Lisboa, em 1965, estudou Arquitectura na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, onde foi docente entre 1997 e 2011, fez o mestrado em Arquitectura na Bartlett School of Architecture da University College, em Londres, e trabalhou no atelier Building Design Partnership, entre 1988 e 1992.



Em 1999 criou em Lisboa, com um grupo de arquitectos, o atelier CVDB Arquitectos, no qual tem desenvolvido projectos sobretudo ligados à comunidade, como centros de dia, bibliotecas e museus, em resultado de concursos públicos.

Actualmente, Diogo Burnay está a negociar o contrato com a Universidade de Dalhousie.

«Eu era o único candidato com atelier aberto e com uma obra construída, ou seja, com prática profissional activa», assinalou, como factor que terá pesado na decisão final da comissão que avaliou as candidaturas, composta por professores, estudantes, e por representantes da Ordem dos Arquitectos.

Localizada no coração de Halifax, capital da província da Nova Escócia, no Canadá, a Universidade de Dalhousie foi fundada em 1818. Reúne 11 faculdades com 180 cursos disponíveis, além de Arquitectura, Artes e Ciências Sociais, Biologia, Gestão, Economia, Matemática, Medicina, Direito, História, entre outros.

A universidade reúne cerca de 17.000 alunos e mil professores num universo humano no qual está representada perto de uma centena de países.

Diogo Burnay vai partir para o Canadá, mas manterá o atelier a funcionar em Lisboa. «Com as novas tecnologias disponíveis nunca se está longe e além disso a universidade vai apoiar-me financeiramente nas viagens a Portugal», comentou o arquitecto.

«O que me seduz muito nesta profissão é a possibilidade de, através dos projectos, desenvolver uma ligação à comunidade», comentou o arquitecto que se lançará em breve numa nova fase da vida profissional à semelhança do arquitecto português Pedro Gadanho, que esta semana assume funções de curador do Departamento de Arquitectura e Design do Moma (Museu de Arte Moderna de Nova Iorque).

Diogo Burnay partilha um projecto com Pedro Gadanho em Torres Vedras intitulado Espaço Transforma, que consiste na recuperação e reconversão de um conjunto de imóveis situados no centro histórico da cidade.
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