Artista João Louro vai representar Portugal na Bienal de Veneza 2015 - TVI

Artista João Louro vai representar Portugal na Bienal de Veneza 2015

João Louro (Rreprodução / Facebook / João Louro)

O artista plátisco foi escolhido pelo seu «reconhecimento internacional» e vai estar na 56ª Exposição Internacional de Arte

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O artista plástico João Louro vai representar Portugal na 56.ª Exposição Internacional de Arte - Bienal de Veneza 2015, cujo projeto terá como comissária a curadora María de Corral, anunciou esta sexta-feira a Direção-geral das Artes (DGArtes).

Num comunicado, o diretor-geral das Artes, Samuel Rego, justifica esta escolha para a representação nacional na Bienal de Arte de Veneza pelo «reconhecimento internacional e o currículo» do artista.

«João Louro é alguém que de forma consistente alcançou a sua reputação atual como figura destacada da arte contemporânea, não apenas em Portugal como a nível internacional», sustenta o responsável da DGArtes.

João Louro, de 51 anos, nascido em Lisboa, onde vive e trabalha, tem desenvolvido o seu trabalho em pintura, escultura, fotografia e vídeo.

A 56.ª Exposição Internacional de Arte, Bienal de Veneza 2015, cujo curador geral é Okwui Enwezor, terá como tema «All the World's Futures» («Todos os Futuros do Mundo», em tradução livre), e vai decorrer entre 09 de maio e 22 de novembro de 2015.

João Louro estudou arquitetura na Universidade de Arquitetura de Lisboa e pintura na Escola Ar.Co. também na capital, e já participou na 51ª Edição da Bienal de Veneza, na exposição «The Experience of Art» no Pavilhão de Itália, comissariada por María de Corral.

A sua obra está presente em coleções particulares portuguesas e estrangeiras e em coleções públicas como a Fundação Calouste Gulbenkian e Coleção BES (Lisboa), Coleção António Cachola (Elvas), Fundação de Serralves (Porto), Coleccion Helga de Alvear, Coleccion Purificacion Garcia, e Fundación ARCO (Madrid), Margulies Collection (Miami), Museo d’Arte Contemporanea (Roma).

Em Portugal o seu trabalho é representado pela Galeria Cristina Guerra Contemporary Art, em Lisboa, e nos Estados Unidos da América pela Christopher Grimes Gallery, em Los Angeles.

Contactado pela agência Lusa, João Louro, disse que «é uma honra muito grande, e uma imensa alegria ter sido escolhido para representar Portugal» na Bienal de Veneza.

«A Bienal de Veneza é a maior do mundo, e ali convergem todas as atenções de diretores, curadores e artistas. É um centro nevrálgico da arte contemporânea, e é sempre uma grande honra para qualquer artista escolhido», reagiu.

Questionado sobre se já tem alguma ideia do que irá apresentar em Veneza, João Louro comentou: «Nesta fase é impossível falar sobre o trabalho porque para uma situação desta natureza, o projeto é sempre feito em colaboração com a comissária», María de Corral.

«Não é possível um artista ter um projeto já pré-determinado. É sempre uma discussão, a melhor possível, e mais inteligente possível, com o curador. É sempre um trabalho de colaboração. Por isso existe uma comissária que serve como um maestro», sublinhou.

Acrescentou ainda que outro elemento que irá pesar na criação é o espaço disponível para Portugal nesta edição da Bienal, ainda não divulgado, tal como o orçamento, pela DGArtes.

«Até ser escolhido o espaço também não há possibilidade de descortinar os problemas técnicos que poderão existir», ressalvou.

Sobre o orçamento para o projeto, disse que neste momento «é uma incógnita».

«A questão é como gerir o dinheiro da melhor maneira. Com mais ou menos orçamento, vou adequar-me da forma mais inteligente possível para ultrapassar questões orçamentais, e procurar as soluções mais perspicazes», disse.

A obra de João Louro posiciona-se na arte minimal e conceptual, com uma atenção especial às vanguardas, e exprime, enquanto registo do tempo, a sua visão da arte e da cultura como sistema autorreferencial.

Nos seus trabalhos surgem referências pessoais e geracionais, utilizando recorrentemente a linguagem, a palavra escrita e a revisão da imagem na cultura contemporânea, a partir de um conjunto de representações e símbolos do universo visual coletivo.

Sobre a comissária María de Corral, o diretor-geral das Artes considera que «a reputada crítica de arte terá no projeto de curadoria e comissariado da representação oficial de Portugal um papel fundamental pela sua imensa e profundíssima experiência, enquanto curadora e crítica de arte».

María de Corral López-Doriga, nascida em Madrid, crítica de arte e comissária independente, é atualmente diretora da Coleção Asociación Arte Contemporáneo, em depósito no Museu Patio Herreriano de Valladolid, em Espanha.

Também colabora com diversas instituições, como o comité científico do Museu Nacional Reina Sofía (Madrid), e o conselho de assessoria das Artes Plásticas do Wexner Center for the Arts, Columbus (Ohio, Estados Unidos).

Entre 1981 e 1990 foi diretora artística da Fundación La Caixa, passando depois para diretora do Museu Reina Sofía, cargo que desempenhou até 1994.

Em 2005, foi diretora artística da 51ª Bienal de Veneza em conjunto com Rosa Martínez, comissariando a exposição «The Experience of Art», na qual foram incluídos artistas portugueses como João Louro e Vasco Araújo.

De acordo com a DGArtes, a representação oficial na edição portuguesa de 2015 da Bienal de Veneza contará «com um forte envolvimento da Fundação EDP».

 
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