Vítimas davam dinheiro para serem "benzidas" - TVI

Vítimas davam dinheiro para serem "benzidas"

Polícia Judiciária

Dois casais detidos por assalto. Mulheres intimidavam vítimas dizendo-lhes que tinham “problemas espirituais derivados de inveja e maus-olhados e que algo de mau iria acontecer aos próprios ou a familiares muito próximos"

A Polícia Judiciária deteve dois casais, residentes na área de Lisboa, suspeitos da autoria de um assalto à mão armada em fevereiro transato num estabelecimento de restauração Gondomar (Porto).

Em comunicado, a PJ informa que a forma de atuar dos casais detidos, uns vendedores ambulantes e outros reformados por invalidez e com idades compreendidas entre os 38 e os 51 anos, baseava-se numa abordagem às vítimas por parte dos elementos femininos de cada casal nas suas residências ou locais de trabalho com o “pretexto da venda roupa”.

Os elementos femininos dos casais detidos faziam depois acreditar as vítimas de que tinham “problemas espirituais derivados de inveja e maus-olhados e que algo de mau iria acontecer aos próprios ou a familiares muito próximos se não fossem devidamente combatidos pelas suspeitas com meios que somente elas dispõem”, explica a Judiciária.

As vítimas que não acedessem voluntariamente à entrega de avultadas quantias em dinheiro para serem “benzidas”, as alegadas agressoras apropriavam-se dos valores na posse das vítimas, com “recurso a intimidação através de arma de fogo”.

As funções dos elementos masculinos dos dois casais detidos consistiam na deslocação para os locais do alegado crime, fossem as residências ou locais de trabalho, assim como a “seleção dos alvos”, “controlo” e “segurança das ações criminosas”, lê-se no mesmo comunicado.

Durante o inquérito que originou a investigação da PJ apurou-se que foram “roubados os valores na posse das vítimas, assim como o numerário existente no estabelecimento comercial que exploram num montante superior a 1.500 euros.

O grupo faria desta prática um “modo de vida” e têm pendentes vários processos criminais por burla, o que faz com que não tenham local de residência permanente, estando constantemente a circular por vários locais onde têm familiares, refere a Lusa.

Os detidos, residentes na área metropolitana de Lisboa, vão ser presentes a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.

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