Criminalidade desceu em todas as regiões do país em 2018 - TVI

Criminalidade desceu em todas as regiões do país em 2018

  • AM
  • 8 jan 2019, 18:09
Eduardo Cabrita

Dados foram revelados pelo ministro da Administração Interna em comissão parlamentar

A criminalidade desceu em 2018 em todas as regiões do país e os assaltos a caixas multibanco, um dos crimes que mais subiu em 2017, diminuíram 90%, disse o ministro da Administração Interna.

Na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, Eduardo Cabrita deu conta aos deputados dos dados provisórios sobre a criminalidade de 2018, precisando que até novembro há um “aprofundamento de uma tendência de redução”.

Segundo o ministro, a criminalidade geral registou uma descida de 3,4% em 2018 face ao ano anterior, enquanto a criminalidade violenta e grave, “aquela que mais afeta a perceção no geral de segurança”, desceu cerca de 10%.

Eduardo Cabrita frisou que esta redução “tem como facto inovador” ocorrer “em todos os espaços do território nacional”, designadamente em todas as regiões do continente, Madeira e Açores.

Em relação a um dos crimes que mais tinha subido em 2017, os assaltos a máquinas ATM, o ministro adiantou que se registou uma redução de 90% em 2018, passando das 300 ocorrências para “algumas quatro dezenas”.

"Tolerância zero" na segurança rodoviária

O ministro da Administração Interna manifestou-se hoje preocupado com os dados da sinistralidade rodoviária registados em 2018 e afirmou que será estabelecida uma “intervenção de tolerância zero” e “acompanhamento político” nas áreas de maior risco.

“Não nos conformamos com estes resultados. A prioridade absoluta, identificadas as zonas de risco, será uma estratégia de tolerância zero e de acompanhamento político daquilo que é a atividade operacional relativamente a estas áreas de risco”, disse Eduardo Cabrita aos deputados da comissão parlamentar.

Dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) indicam que 513 pessoas morreram em acidentes rodoviários no ano passado, mais três do que em 2017, registando-se uma subida pelo segundo ano consecutivo do número de mortos.

“Tivemos três vítimas mortais a mais do que em 2017, o que não nos deixa satisfeitos, pelo contrário, mobiliza-nos para estabelecemos uma intervenção de tolerância zero como absoluta prioridade nesta área”, sustentou o ministro, adiantando que foram identificadas as áreas de maior risco e o que distingue Portugal de outros países.

Eduardo Cabrita precisou que 77% dos acidentes verificam-se dentro das localidades, 50% das vítimas mortais estão dentro das localidades e um número significativo corresponde a atropelamentos.

Neste sentido, sublinhou, a “prioridade absoluta será trabalhar município a município na identificação, mobilizando a intervenção das forças de segurança em articulação com as estruturas locais para que estes dados sejam infletidos em 2019”.

Apesar de se registarem patamares mais baixos do que há dez ou vinte anos, o ministro deu também conta de ocorrências significativas fora dos principais eixos associadas a níveis elevados de álcool.

“A nossa atuação será de coordenação política de atuação da ANSR com as forças de segurança em diálogo muito estreito com as autarquias locais assumindo como objetivo, como ambição, um patamar mais exigente de resultados, assumidas que estão quais são as áreas críticas que caracterizam a situação portuguesa”, disse ainda.

O deputado do PSD Marques Guedes afirmou que o seu partido tem chamado várias vezes a atenção para os números relativos à segurança rodoviária, lamentando que os dados de 2017 se tivessem consolidado em 2018.

Marques Guedes disse que “não existem” iniciativas concretas, campanhas efetivas e medidas de sensibilização sobre os riscos efetivos.

Os dados da ANSR mostram também que o número de acidentes aumentou em 2018, tendo sido registados 132.378 desastres nas estradas portuguesas, mais 2.170 do que no ano anterior.

Por sua vez, o número de feridos graves registou uma ligeira diminuição no ano passado, totalizando 2.093, menos 105 do que em 2017.

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