Leiria: «gang das boinas» condenado - TVI

Leiria: «gang das boinas» condenado

Société Générale vítima de fraude

João Dias e Manuel Gonçalves, a dupla de criminosos, foram condenados a 16 e 20 anos de prisão por assaltos a cinco bancos

Relacionados
O Tribunal Judicial de Leiria condenou, esta quarta-feira, penas de 16 e 20 anos de prisão para dois homens, de 57 e 58 anos, envolvidos em vários assaltos a bancos na região de Leiria nos anos de 2006 e 2007, escreve a agência Lusa.

Além de roubo qualificado, a dupla, que ficou conhecida como «das boinas», foi condenada pela prática dos crimes de furto, detenção de arma proibida e falsificação de documento qualificada, num total de 31 crimes.

Na leitura do acórdão, o juiz-presidente, João Guilherme Silva, sublinhou que, aos arguidos, estava imputada, pelo Ministério Público, a prática de um total de 50 crimes e destacou as características da sua conduta: «organização» e «profissionalismo».

Ladrões, mas educados

O juiz admitiu que a intenção dos arguidos foi sempre clara - «apropriar-se de dinheiro», destacando o facto de nunca terem exercido violência sobre os funcionários dos bancos que assaltaram nem com os clientes que aí se encontravam.

«Tiveram a nobreza de nunca exercerem violência física», afirmou João Guilherme Silva, acrescentando que o colectivo de juízes não atendeu apenas à prova testemunhal produzida em sede de audiência.

A prova científica, as apreensões e os reconhecimentos foram também analisados pelo Tribunal, que concluiu: «É claro e inequívoco que foram os senhores que praticaram os crimes».

Pensar nas consequências

O magistrado frisou que as penas de prisão parcelares dos 19 crimes considerados provados em relação a João Dias, residente na Praia do Ribatejo, de 58 anos, chegam aos 67 anos e seis meses de prisão. A pena única foi estabelecida em 20 anos de cadeia.

Já a Manuel Gonçalves, de 57 anos, de Penamacor, as penas de prisão por 12 crimes atingem 41 anos e nove meses. O Tribunal aplicou-lhe a pena de 16 anos de prisão.

Os arguidos foram ainda condenados a indemnizarem os bancos assaltados em cerca de 75 mil euros.

No final, o magistrado acabou por admitir que as penas únicas, resultado do cúmulo jurídico, não são mais elevadas porque «não houve violência física» e devido à idade dos arguidos.

«Mais do que as penas, mais do que as prisões, o importante era que fossem capazes de pensar no vosso comportamento», disse o juiz-presidente.

Absolvidos de um assalto

O Tribunal deu como provados os assaltos à Caixa de Crédito Agrícola da Caranguejeira, às agências do BPN na Boa Vista e Cortes, e Caixa Geral de Depósitos no Barracão, todas no concelho de Leiria.

A dupla foi ainda condenada pelo assalto à Caixa Agrícola de Urqueira, Ourém, e absolvida de um roubo tentado nesta agência e de outro na Caixa Agrícola de Carregueira, Chamusca.
Continue a ler esta notícia

Relacionados