Estudo revela que homens portugueses são mais propensos a assistência domiciliar do que mulheres - TVI

Estudo revela que homens portugueses são mais propensos a assistência domiciliar do que mulheres

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  • 25 jun 2020, 17:45
Idosos

O trabalho, do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, incidiu nas limitações que os problemas de saúde colocam particularmente nos idosos e pessoas com algum tipo de deficiência

Portugal e o Luxemburgo são os únicos países da UE onde os homens de 75 anos ou mais, com deficiência, são mais propensos a receber serviços de assistência domiciliar do que as mulheres, revelou esta quinta-feira um estudo europeu.

Um em cada quatro adultos na União Europeia declarou limitações nas atividades diárias devido a um problema de saúde, sendo as mulheres mais propensas do que os homens a esses problemas.

O trabalho, do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, incidiu nas limitações que os problemas de saúde colocam particularmente nos idosos e pessoas com algum tipo de deficiência.

Embora essas limitações afetem 12% da população em Malta, a maior carga de incapacidade é observada na Letónia, com 40% dos adultos a relatarem limitações”, lê-se no documento,

De acordo com o texto, em todos os países da União Europeia (UE), as mulheres são mais propensas do que os homens a sofrerem limitações nas atividades diárias devido a problemas de saúde (27% das mulheres em comparação com 23% dos homens).

A nível nacional, as maiores diferenças de género são observadas em Portugal (10 pontos percentuais), Roménia (9 pontos), Finlândia (9 pontos), Letónia, Lituânia e Holanda (8 pontos)”, reportam os autores do estudo.

Pessoas idosas com deficiência, particularmente aquelas com 75 anos ou mais, mostram maior recurso a serviços de atendimento domiciliar do que a restante população: “Em média, 27% das mulheres e 20% dos homens deste grupo na UE receberam em casa atendimento em 2014.

O uso de serviços varia de 64% nas mulheres e 37% nos homens nos Países Baixos (uma diferença de 28 pontos percentuais) para 9% nas mulheres e 6% nos homens na Estónia. Portugal e o Luxemburgo são os únicos países onde os homens de 75 anos ou mais, com deficiência, são mais propensos a receber serviços formais de assistência domiciliar do que as mulheres do mesmo grupo.

Em termos gerais, 62% das mulheres e 54% dos homens nessa faixa etária relataram que sentiram limitações nas suas atividades habituais na UE-28 (dados de 2018).

ob o título “A Europa precisa de se preocupar mais com os cuidados”, o instituto (EIGE) refere que a Europa enfrenta uma escassez de prestadores de cuidados, enquanto a procura aumenta à medida que a população envelhece.

A instituição alertou que as mulheres estão em maioria no setor dos cuidadores e que as condições de trabalho são “muitas vezes muito exigentes”, com “cargas de trabalho pesadas, turnos noturnos e baixos salários”.

O EIGE destacou que estes fatores não atrairão mais pessoas para um setor já sobrecarregado e com poucos recursos.

A pandemia de Covid-19 mostrou como os prestadores de cuidados são “essenciais para o bom funcionamento da sociedade e da economia”, defendeu Carlien Scheele, diretora do EIGE, citada no relatório.

Durante a pandemia, as pessoas demonstraram apreço pelos trabalhadores, batendo palmas à noite em toda a UE. Mas também devemos reconhecer o valor do trabalho assistencial, aumentando os salários e melhorando as condições de trabalho. Essas medidas também poderiam atrair mais homens para trabalhar no setor - tornando-o mais equilibrado em termos de género”, declarou a responsável.

A escassez de serviços de cuidados de longo prazo no domicílio significa que as mulheres assumem frequentemente “o ónus dos cuidados não remunerados em casa”, o que lhes “limita as oportunidades de carreira e o potencial de ganhos”, frisou a mesma fonte.

Também as crianças estão envolvidas no cuidado dos adultos em casa, mais as raparigas do que os rapazes. A instituição lembra que esta realidade lhes pode tirar a oportunidade de viverem uma vida normal e de conviverem com pessoas da sua idade.

O custo dos serviços de apoio domiciliário é uma das principais razões que impedem o acesso das famílias a estes serviços, um problema que afeta mais de metade (52%) das famílias da UE que precisam deste atendimento.

Pessoas com baixo rendimento, pouca qualificação, migrantes e mulheres de minorias étnicas têm mais dificuldades em aceder a serviços de assistência a longo prazo.

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